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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Presidente dos Correios: A previsão é investir R$ 4,3 bilhões até 2015

 

Economista formado pela Unicamp, com especialização em Administração e Gestão Financeira pela FGV/SP e em Finanças pela USP, em janeiro de 2011 ele assumiu a presidência dos Correios. Desde então, tem sob seu comando quase 115 mil funcionários efetivos, dos quais 85,71% trabalhando diretamente em atividades operacionais. A movimentação média diária de cartas e encomendas é de 36 milhões de objetos e a rede de atendimento soma quase 40 mil pontos.

Nada pode falhar no dia a dia dessa empresa, que em 2011 alcançou R$ 14,6 bilhões de receita. Muito menos nas chamadas megaoperações: ENEM (5,3 milhões de provas distribuídas em 2011), Eleições (258.721 urnas distribuídas em 2010) e Livros Didáticos (163 milhões de livros levados a 135 mil escolas do país). Nessa entrevista exclusiva à rede ADI-BR/Central de Diários, falou sobre o momento da empresa, investimentos que têm sido feitos, planos de expansão e metas de crescimento.

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Como está o processo de modernização da empresa?

Wagner Pinheiro de Oliveira – Estamos adiantados na questão dos serviços postais eletrônicos e das parcerias comerciais. Por exemplo, estamos expandindo o serviço de digitalização, transporte e entrega de processos do Poder Judiciário. Também estamos finalizando os estudos para a entrada no mercado de telefonia móvel virtual. Avançamos, ainda, na modernização dos nossos serviços. Hoje, todos os carteiros de Bauru (SP) já trabalham com smartphone para rastreamento de cartas e encomendas em tempo real. Até o final do ano, 2.500 carteiros estarão fazendo isso com o Sedex 10 e os clientes desse serviço irão receber via SMS notificações sobre o andamento da encomenda. A intenção é dotar gradualmente todos os nossos 60 mil carteiros dessa ferramenta. Lançamos o Sedex 12, ampliando a cobertura do serviço de entrega com hora marcada. Além disso, conseguimos investir muito na estrutura da empresa, o que é necessário para o processo de modernização.

 

Que investimentos foram feitos desde a sanção da lei que moderniza e amplia a atuação da empresa (Lei 12.490/11)?

WPO – Contratamos 10 mil novos trabalhadores no ano passado. Em 2012 e 2013, estamos contratando mais 9.904. Também investimos R$ 250 milhões na melhoria das unidades operacionais, administrativas e de atendimento e na compra de veículos e equipamentos. São números que se refletem diretamente na qualidade da prestação de serviço à população. No segundo semestre, queremos investir mais de R$ 350 milhões, dos quais R$ 200 milhões serão destinados à compra de terrenos em São Paulo, Distrito Federal e Bahia para a construção de grandes centros de tratamento.

 

A empresa tem um plano estratégico, o Correios 2020. Fale sobre ele.

WPO – O objetivo é revitalizar a empresa, criar novos produtos para melhor atender à população brasileira. Para isso, vamos automatizar nossos centros operacionais e nosso processo de entrega, investir em pessoal e infraestrutura, criar novos serviços e trabalhar na melhoria da gestão corporativa. Estamos adotando, hoje, mecanismos modernos de gestão que já são utilizados pelas maiores empresas de capital aberto do Brasil. A previsão é investir R$ 4,3 bilhões até 2015.

 

Quais os novos negócios da ECT?

WPO – Nosso planejamento prevê um leque de novos negócios. Entre eles, oferta de telefonia móvel virtual (telefonia celular), fornecimento de mais soluções de comunicação digital, novidades no segmento de encomendas expressas e de logística integrada, além dos primeiros passos para a internacionalização, com abertura de escritórios de prospecção em países que tenham maior fluxo postal com o Brasil. Atuamos com serviços mais adequados às novas tecnologias: envio de carta e telegrama via internet; digitalização, transporte e entrega de processos do Poder Judiciário; entrega de encomendas de e-commerce e Conta Certa (leitura e impressão, no ato, pelo carteiro, de contas de água, luz e gás), apenas para citar alguns.

 

As cartas ainda são um bom negócio?

WPO – A entrega de carta pessoal não é somente um serviço comercial, mas um atendimento à população. E continua essencial, principalmente para os moradores das pequenas e médias localidades. Do ponto de vista comercial, a receita que temos com os serviços exclusivos (cartas e telegramas) praticamente equivale ao custo de manutenção da estrutura necessária para realizarmos a entrega em todo o Brasil, a preços acessíveis à população.

 

Os Correios garantem o acesso da população mais simples ao sistema bancário. Haverá expansão desse serviço?

WPO – Em 10 anos, cerca de 11 milhões de contas foram abertas no Banco Postal, que leva os serviços postais básicos para localidades que muitas vezes não eram atendidas por esse setor. Para se ter uma ideia da utilidade do serviço, 93% desses correntistas declararam ter renda de até 3 salários mínimos; mais da metade declarou ter renda mensal de até um salário mínimo. Hoje estamos atuando em parceria com o Banco do Brasil. O Banco Postal está em mais de 6 mil agências dos Correios em todo o Brasil e será levado a mais localidades conforme a nossa rede de agências for crescendo e sendo expandida. No ano passado, por exemplo, inauguramos a primeira agência em uma comunidade pacificada do Rio de Janeiro, no Complexo do Alemão.

 

Está em andamento o processo de licitação para franqueadas. Haverá mudanças?

WPO – Em 30 de setembro, concluiremos o processo de licitação de agências franqueadas, uma pendência que se arrastava há quase dez anos. São 1.370 franquias em todo o país: 300 já estão funcionando no novo formato e mais de 900 são consideradas licitações bem sucedidas, em fase de instalação ou com processo em andamento. Para aquelas que não foram licitadas com sucesso, estamos providenciando o atendimento alternativo ao cliente. A nova rede irá atender melhor à população, com sistema de automação de atendimento online, imóveis compatíveis com a quantidade de guichês, mobiliários e equipamentos adequados, entre outras novidades.

 

Quais os resultados financeiros projetados para 2012?

WPO – A receita de vendas estimada é de R$ 15 bilhões e acompanha os resultados positivos que vêm sendo obtidos. Essa é a missão que temos: fortalecer os Correios como empresa pública, para que continuem oferecendo serviços de qualidade, merecendo a confiança da população e sendo um patrimônio lucrativo para o cidadão, que é o proprietário da empresa.

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