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Francisco Beltrão
quinta-feira, 26 de junho de 2025

Edição 8.233

26/06/2025

Porque não vou à igreja?

Porque não vou à igreja?

 

Por Fernando Araújo*

Estamos acostumados a ouvir argumentos de pessoas quando as convidamos para ir à igreja: “Não vou por causa disso ou por causa daquilo”. Macro-dimensionam os defeitos de quem as frequenta, tornando comum desculpas como: “Ir à igreja de Fulano? Jamais! Beltrana aquela fofoqueira? Ser crente igual ele pra viver com uma vida dupla? Prefiro ficar fora”.

É certo que isto nos causa um mal estar por conta do testemunho que deveríamos ter diante da comunidade, por outro lado devemos ter a consciência que a igreja é um projeto perfeito realizado por pessoas imperfeitas e ainda em transformação.

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A igreja perfeita é a que é pastoreada por Jesus, e só Ele, diz alguém. Concordo, porque Ele é o Senhor e Dono da Igreja. Mas será que nós iríamos mesmo querer ser da Igreja pastoreada por Jesus aqui na terra?

Como Jesus “abriu” a Sua Igreja? Em sua época os doze discípulos formavam a sua membresia e certamente muitas pessoas deveriam ter argumentos para não andar com o Messias, senão vejamos:

“Eu não iria à igreja de Jesus por causa de Pedro, inconstante, violento, falastrão!” Diria alguém: E o que falar de Judas? Ladrão e ainda é tesoureiro, como pode Jesus confiar as finanças do grupo a ele, será que não vê isto? Eu acho que está mancomunado com Mateus, um publicano e um ladrão, tudo farinha do mesmo saco! Agora Simão Zelote virou crente? Antes tava por aí agitando o povo contra Roma, incitando a rebeldia participando de protestos, agora resolveu ficar quieto? Deve estar junto com o preguiçoso do Natanael, um “playboyzinho” que passa o dia vadiando.

Tiago e Simão, filhos de Zebedeu, são muito orgulhosos, deveriam pregar o amor, mas a intenção deles é puramente status, imagina? Querer assentar-se à direita do Pai?

Quanta presunção! Se fosse guiado por argumentos humanos, o ministério de Cristo teria fracassado, mas, o que vemos era justamente o contrário, milhares de pessoas o seguiam e a resposta é simples: Eles não viam nos apóstolos e nas pessoas o poder de Deus e sim em Jesus, o cabeça da igreja!

Era Jesus quem operava milagres, ressuscitava mortos, levantava aleijados, dava a visão aos cegos, discernia os entendimentos, dizia palavras de sabedoria, parava a tempestade no mar, multiplicava pães e peixes alimentando a multidão.

Foi Jesus que suportou a nossa carga na cruz, que ressuscitou ao terceiro dia e está junto ao pai. Foi ele quem soprou o Espírito Santo resultando num mover de avivamento que transformou aqueles homens falhos em extraordinários agentes de transformação no mundo inteiro.

Ser um crítico apenas me coloca em condições iguais àqueles que participavam da igreja de Jesus, me tornando perfeitamente adequado para fazer parte dela. No final o que importa é que, inseridos na igreja ouçamos a Sua voz, e quem ouve a voz deste Pastor supremo, jamais deixa a igreja, e aqueles que não suportam os seus ensinos nela não permanecem.

A freqüência à igreja é o testemunho daqueles que, sendo imperfeitos, procuram receber transformação junto com aqueles que reconhecem que precisam e podem ser transformados a cada dia, o que acontece com a comunhão com os irmãos.

O resto são desculpas daqueles que não querem mudar de vida e de história por amarem os seus pecados mais do que ao Senhor.

Deus coloca os seus tesouros em vasos de barro, como dizem as escrituras, o ouro está por dentro do vaso, com a gloriosa presença de Deus em nossas vidas, que O recebemos como Senhor e Salvador.

 

*Pastor da Comunidade Batista Betel em Dois Vizinhos, colunista do Jornal de Beltrão, escritor e palestrante. Texto adaptado. 

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