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Francisco Beltrão
sábado, 21 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

Os espertalhões

Geral

Dentre as criaturas que habitam este plano de vida, a humana é a única agraciada com um privilégio ímpar: a de ser dotada de espírito com uma capacidade de raciocinar praticamente imbatível. O criador lhe deu este dom e ela utiliza-o como bem lhe aprouver, às vezes, com absoluta irresponsabilidade e sem medir conseqüências.
A história dos povos, desde a Antigüidade, tem demonstrado que o homem sistematicamente vem usando sua inteligência para dominar seus pares, no sentido de torná-los submissos ou mesmo escravos. Embora a escravidão física humana esteja extinta no mundo moderno, há diversas outras formas de escravizar o homem.

Hoje, nós temos a escravidão econômica, na qual, países desenvolvidos, ricos e potentes, ao invés de ajudar as nações mais fracas, fazem o contrário: tentam sugar o pouco que ainda possuem no sentido de deixá-las totalmente dependentes, impedindo que possam crescer e se desenvolver.

Essa situação, em escala mundial, também se reflete em nível estadual e municipal e desemboca na figura humana que, aliás, é a força motriz responsável, a partir de si própria, a gerar desconforto, sofrimento, dor, desespero, angústia, fome e miséria. Com o dom que o Criador lhe deu, o ser humano poderia perfeitamente tornar esta Terra num verdadeiro paraíso.

Mas parece-nos que a inteligência está sendo usada para fins egocêntricos, seja de homem para homem ou de nação para nação. O raciocínio arguto e esperto tem sido uma poderosa máquina no sentido de se livrar das conseqüências de seus atos. Lá onde houver uma saída, por menor que seja, o ser humano não pensa duas vezes para utilizá-la. Ele quer a todo custo salvar a sua pele.

Ao vislumbrar uma possibilidade de contornar as coisas pelas quais sabe que tem de arcar com o ônus, esse dom da inteligência que ganhou gratuitamente, é posto em ação para benefício próprio a fim de se livrar da responsabilidade que deu causa. A capacidade de raciocinar tem sido usada e abusada neste plano de vida, como se a existência espiritual humana se exaurisse aqui e nada mais existisse.

A ousadia desse tipo de pensamento pagará alto tributo quando descobrir (um pouco tarde demais) que existem mais coisas do que possam imaginar nossas vãs filosofias. Quem imagina que o mundo gira em torno do nosso umbigo, achando que a inteligência foi-nos dada para tirar proveito dos nossos semelhantes, usando da malandragem para levar lucro em tudo, vai descobrir que existem outras searas, nas quais, o processo é invertido, ou seja, o intelecto, a razão, darão lugar à pureza anímico-espiritual.

Nossa história da semana mostrará que nem sempre a sagacidade intelectiva tem sua razão de ser:

“Um ateu estava passeando num bosque, admirando tudo o que aquele ?acidente da evolução? havia criado.

? Mas que árvores majestosas! Que poderosos rios! Que belos animais!

Lá ia ele dizendo consigo próprio.

Caminhava absorto nesses pensamentos, quando ouviu um ruído vindo dos arbustos atrás de si. Virou-se e viu um corpulento urso-pardo correndo em sua direção. Ele disparou a correr o mais rápido que podia. Olhou por cima do ombro, reparou que o urso estava demasiado próximo e aumentou mais a velocidade. Era tanto o seu medo, que as lágrimas vieram-lhe aos olhos. O seu coração batia freneticamente.

Tentou imprimir maior velocidade, mas tropeçou e caiu desamparado. Rolou no chão, tentou levantar-se, mas o urso já estava em cima dele, prestes a devorá-lo. Nesse preciso momento, o ateu clamou:

? Oh meu Deus!…

O tempo parou; o urso ficou sem reação; o bosque mergulhou em profundo silêncio e até o rio parou de correr. À medida que uma luz clara brilhava, uma voz, vinda do céu

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