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Francisco Beltrão
sexta-feira, 06 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Habilidade Gaúcha de Montar

Geral


“Quando numa campereada floreio um pingo de lei, eu me sinto como um rei sobre o trono do lombilho. Seja zaino ou tordilho, baios, gateados ou mouros, são peças que valem ouro esses cavalos que encilho. Lida bruta essa nossa que judia e emociona, cada potro da minha doma carrega um pouco de mim. Mas não escolhi assim, foi o destino caborteiro que me fez nascer campeiro e vou campeiro até o fim!” (Henrique Abero)
Pois então tá buenaço meus patrícios, esse verso que trás o cheiro e a essência do campeirismo e que só poderia vir da alma de quem realmente vive aquilo que retrata o que transcreve, é do taura bageense Henrique Abero, e que logo estaremos trazendo para uma autêntica apresentação campeira aqui na nossa cidade. E esse verso ilustra bem a penúltima matéria das sextas-feiras do ano de 2003.



Habilidade Gaúcha de Montar
Dois depoimentos indicam o quanto é antiga a fama de os gaúchos serem bons cavaleiros. O primeiro é do oficial alemão Johan Heinrich Bohn, contratado por Portugal em 1774 para auxiliar nas questões militares contra a Espanha, e que talvez seja a mais antiga observação histórica sobre a habilidade dos rio-grandenses como cavaleiros. O documento está em cartas ao vice-rei, que se encontram na Biblioteca Nacional de Lisboa, transcrita no livro do historiador Cláudio Moreira Bento, “A Guerra da restauração”(1996).
Bohn assim se refere aos Dragões do Rio Grande, com seu efetivo de 380 homens: “Esta tropa a julgar pelo destacamento que se encontra aqui e pelos que vi em marcha, é composto de gente muito bem feita, esportiva, de uma agilidade e inteligências raras. Até o soldado é hábil a cavalo, como os árabes. Ela é capaz de uma ação de surpresa como de força. Mas é muito impróprio que se os chame de Dragões. Ela é, antes, Guarda do Estado. É por ela que esta província, tão extensa, se governa e se mantém em rédeas.”
O outro depoimento é de Giuseppe Garibaldi e está numa carta que enviou a Domingos José de Almeida em 1859. Diz Garibaldi no meio do texto: “Eu vi corpo de tropas mais numerosas, batalhas mais disputadas, mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, que os da bela cavalaria rio-grandense, em cujas filas principiei a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada das nações. Quantas vezes tenho tentado patentear ao mundo os feitos assombrosos que vi realizar por essa viril destemida gente, que sustentou por mais de nove anos contra um poderoso império a mais encarniçada e gloriosa luta. (…) Oh! Quantas vezes tenho desejado nestes campos italianos um só esquadrão dos vossos centauros avezados a carregar uma massa de infantaria com o mesmo desembaraço como se fosse uma ponta de gado.”
É inegável que Brasil e mundo afora possa haver bons cavaleiros, mas, quando se fala nos cavalarianos rio-grandenses, é realmente um caso a parte. Basta assistir as gineteadas que são feitas “em pêlo” no lombo de cavalo que chegam a assustar e observar o semblante dos ginetes, tanto no lombo do potro como depois que sai de cima. É uma expressão natural de domínio e destreza, não há traço algum de medo. Isso foi moldado há muitos anos quando era preciso pegar a cavalhada selvagem para um começo de doma para uso nas lides campesinas. Corria-se uma tropilha e a tiros de boleadeiras apartava-se o potro do agrado e tinha que ser domado em pouco tempo. Daí extraiu-se a essência gaúcha particular na habilidade que o gaúcho tem em montar.



Recanto do Chasque
Desta feita quero mandar um quebra costela pra toda aquela indiada ali do sindicato, na rua Pernambuco, e que na mesa redonda da cozinha debatem os mais importantes assuntos, entr

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