Geral
“Esta parada que eu carrego do meu jeito, me vem do peito embriagado de ideal. Eu sou de um povo que se fez a ferro e fogo, guardando o posto no Brasil Meridional. Os olhos firmes não retratam a amargura, pois as agruras não são mais que provações. Se rio pouco quando rio eu sou sincero, sei o que quero, não nasci pras ilusões.
E a cada dia que o Brasil fica mais velho, eu me revelo mais gaúcho e brasileiro, pena que os olhos do país às vezes turvam, e nos enxergam muito mais como estrangeiros!” (Angelo Franco e Grupo Alma Musiqueira)
Natal brasileiro americanizado
Aqui estamos de novo tomando as rédeas da escrita, deixando este corredor ainda mais gaúcho e campeiro.
Pois bueno, faltam seis dias para o natal de 2003, e andando por aí eu me paro a observar como está vazia a mentalidade do nosso povo em relação ao natal. Vejo a cópia do que a mídia prega retratada nas ruas e vitrines, e acho tudo muito ridículo e de pouca criatividade. Em primeiro lugar ha uma importação de cultura absurda vinda de fora. Os grandes meios de comunicação são manipulados por grandes conglomerados empresariais e divulgam tudo a sua maneira. Sabemos que aqui é o paraíso das multinacionais e estas não estão preocupadas em ao menos adaptar a mídia a nossa realidade; e a maioria do povo sem nenhum senso crítico, engole a carniça empurrada goela abaixo pela mídia e arrota como se fosse um prato nobre.
Ora, se eu que tenho pavor de televisão, e o pouco que vejo me enoja pelo absurdo pornográfico que filmes, novelas e comerciais usam de forma apelativa, o que dirá de pais que tem um pouquinho de senso crítico, quando se deparam com esses momentos e estão junto de seus filhos? Ou mudam de canal ou desligam a televisão. Ou simplesmente fingem que não vêem e aceitam o cabresto.
A verdade meus patrícios, é que a televisão como um todo está causando mal a sociedade. Ela não está nem um pouco preocupada com conceitos de família, valores da sociedade ou a dignidade das pessoas. Resta então a triste conclusão de que a mídia não tem nenhum interesse pela família, mas, muitas famílias ainda deixam se guiar pelas regras colocadas por tais meios. Então me indago: ” Se a visão da mídia ou do capitalismo não está voltada para o bem da família, e esta não vê que está sendo guiada por estes, o que esperar de cegos guiando cegos??” O resultado já está aí, debaixo do nosso nariz.
Temos ainda os “símbolos do natal capitalista”. Como é ridículo ver as pessoas comprando pinheirinho americano coberto de floquinhos de neve tão divulgados pela coca-cola. Que absurdo! Neve? Aqui no sudoeste do Paraná? Num calor médio de 35 graus que faz em dezembro? E os pobres e burros velhinhos “morrendo”de calor naquela roupa igualmente ridícula de papai Noel dando um falso hô hô hô? Apropriada sim, para o frio e não para um verão tropical como o nosso. Temos ainda as “renas”ou veadinhos voadores no trenó para andar nas nossas estradas de cascalho!
É certo que nesse instante muitos estão me julgando dizendo que falo isso por que não sou pai e me esqueci que fui criança, e que os citados acima são apenas símbolos. Pois não me esqueci nem de uma coisa nem de outra. O que não aceito é ficar calado diante desses símbolos importados que vão incrustando na mente das pessoas e capam a nossa brasilidade e tiram aos poucos os nossos orgulhos nacionalistas.
E cadê o nosso imponente Pinheiro Araucária nas vitrines das lojas ou nas casas? Sem a neve é claro! Um papai Noel dentro da nossa realidade climática e sem aquela barba russa ou européia, além de uma gargalhada realmente brasileira e autêntica? Ao invés de “renas e trenó”,por que não relembrar o tropeirismo aqui da NOSSA TERRA,