Geral
Segundo verbete do dicionário, retumbar é sinônimo de refletir com estrondo, ressoar, ecoar. Grosso modo, é repetir feito eco a sucessão de fatos, atos e palavras, sem atinar para com o profundo significado que podem traduzir. Algumas pessoas são assim. Elas vivem num mundo de repetições sem perceber que a vida cobra o reflexo de suas atitudes.
De um modo geral, as pessoas são amadas e admiradas pelo que dizem ou fazem. Isso se aplica tanto para o bem quanto para o mal, infelizmente. Filosofias da antigüidade e dos tempos contemporâneos sempre nos ensinaram que a melhor professora da vida é a experiência. Ela nos orienta a não cair nos mesmos erros. Para reconhecer isso não é preciso que tenhamos escolaridade.
Tanto o cientista quanto o analfabeto sabem e têm condições de distinguir o que lhes é bom ou ruim. Sabem, também, separar o útil do inútil em suas vidas, ainda que um viva na opulência e outro na pobreza. Ambos têm consciência do que é ser honesto ou desonesto. Por isso, vivemos no nosso dia-a-dia e nenhuma cartilha vai nos ensinar aquilo que no fundo da alma sabemos, mas não queremos reconhecer, que não é nosso, não nos pertence e prejudica nosso semelhante.
Ao longo dos séculos a história dos povos tem demonstrado que o ser humano não aprende com as amargas lições vividas. É erro sobre erro. Comportamo-nos quais macacos que inconscientemente imitam seus pares sem perceber as graves conseqüências que atraem para si. As guerras estúpidas de todos os naipes continuam. Nas atividades sociais e profissionais os sentimentos do egoísmo e da inveja prosperam em detrimento da solidariedade e do amor ao próximo.
Como é possível não perceber o mal que se pratica quando sobrevêm a dor e o sofrimento? Será que foram apagados todos os resquícios de sentimentos de nobreza no ser humano quando ele percebe que prejudicou pessoas que na pura boa-fé demonstraram ser amigas e confiantes? O que será isso? Sadismo exacerbado? O que pensam essas pessoas? Que tudo fica por isso mesmo?
Imaginar que não vamos pagar caro pelos nossos atos, palavras e pensamentos, somente porque aqui neste plano de vida a justiça é falha, é o mesmo que imaginar um Criador que permitisse a nossa entrada em planos superiores, cheios de erros, falhas, culpas e carmas para resgatar. É esperar Dele a imperfeição. Algo impossível de acontecer. Nós, seres humanos, temos um grave defeito: condenamos, negamos e deturpamos tudo aquilo que o nosso tacanho espírito não compreende.
Nesse particular sobre as dificuldades do ser humano de se impor acima das agruras do cotidiano, merece ponderação o texto da escritora Cinira Riedel de Figueiredo em sua obra Leis Ocultas para Uma Vida Melhor, no qual afirma: ?Enquanto os homens forem educados separadamente, com religiões antagônicas umas às outras, com preconceitos raciais e nacionais e espírito competidor, sem compreenderem o amai-vos uns aos outros como eu vos amei, a humanidade continuará sendo torturada pelas atuações e obsessões que infelicitam tantos indivíduos e coletividades.?
Nosso conto da semana demonstra que somos na prática, aquilo que o nosso mundo mental expõe na teoria: ?Filho e pai caminhavam por uma montanha. De repente, o menino cai, machuca-se e grita:
? Ai!
Para sua surpresa, escuta sua voz se repetindo em algum lugar da montanha:
? Ai!
Curioso, o menino pergunta:
? Quem é você?
Recebe como resposta:
? Quem é você?
Contrariado, grita:
? Seu covarde!
Escuta como resposta:
? Seu covarde!
O menino olha para o pai e pergunta aflito:
? O que é isso?
O pai sorri e diz:
? Meu filho, preste atenção.
Então, o pai grita em direção à montanha:
? Eu admiro você!
A voz responde:
? Eu admiro você!
De novo, o homem grita:
? Você é um campeão!
A voz responde:
? Você é um campeão!
O menino fica espantado, não entende, e o pai explica:
? As pessoas chamam isso de eco, mas, na verdade, iss