2.4 C
Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

O hábito não faz o monge

Geral

É incrível observar como os seres humanos dão grande importância às aparências. Por certo que, numa sociedade consumista, em certos ambientes torna-se até necessário uma indumentária adequada para o momento. Em outros, deve-se levar em conta que pode haver regras a exceção quanto a certos convidados especiais.
O que não se pode fazer é levar a ferro e fogo determinados procedimentos, sob pena de discriminação de hábitos e costumes de outras raças. Há pessoas que ridicularizam o hábito de se vestir de certos povos, como os escoceses que adoram usar saia. Aliás, ela é tão antiga que os romanos já a usavam como veste de guerra, e não os deixavam menos viris.
Também, não vamos radicalizar a ponto de entender que as aparências não têm importância. O que não podemos engolir é a atitude soberba, orgulhosa, arrogante e de nariz empinado de alguns seres humanos, que parecem julgar seus semelhantes quando estes se exibem com suas roupas mais simples e humildes.
Somente porque acham que podem se vestir melhor, se julgam acima de tudo e de todos. Como quem diz, ?tu vales pelo que tens, e não pelo que és?. Pobres terráqueos! Se duas pessoas lhes aparecessem pela frente, uma vestida a rigor no melhor dos trajes, cuja alma fosse carcomida por atos desonestos, e outra em vestimenta modesta, mas pura de coração, certamente não hesitariam em escolher a primeira.
Muitas pessoas já foram enganadas por espertalhões malandros e salafrários. O mundo está cheio de escroques assim. Exemplo disso são os criminosos do chamado ?colarinho branco?, ou seja, figuras humanas bem vestidas e com grande projeção social na cidade e no país.
 É difícil conhecer o verdadeiro caráter de uma pessoa desse naipe. Somente quem convive com ele, e concorda com suas atividades nocivas, sabe de quem se trata. Mas a desonestidade do ser humano não é somente privilégio de pessoas ricas ou de posse de bens materiais.
Ela grassa também em pessoas menos sortudas financeiramente, que da noite para o dia, amealham fortunas cujo trabalho normal levariam, no mínimo, duas décadas para conseguir. Para essas, a suposta camuflagem da indumentária é uma armadilha perfeita para tapear qualquer um que se ilude com a visão.
O equívoco da roupa, na aparência, também pode enganar as pessoas ao verso da situação: alguém em trajes simples e modestos, milionário e pertencendo à nobreza, pode perfeitamente passar por uma pessoa comum, caso não seja reconhecida.
 Interessante é observar a mudança da expressão facial de algumas pessoas que deram um tipo de tratamento, quando pensavam que a criatura humana em questão fosse um pobretão qualquer; ao descobrirem o erro, a acolhida deu uma guinada de 360 graus.
Nosso conto semanal revela que certas figuras sociais também podem ser vítimas de vexame:
?Mahatma Gandhi provou que a ?roupa não faz o homem?. Ele só usava uma tanga, a fim de se identificar com as massas simples da Índia. Certa vez ele chegou assim vestido numa festa dada pelo governador inglês.
Os criados não deixaram entrar. Ele voltou para casa e enviou um pacote ao governador por intermédio de um mensageiro. Continha um terno. O governador ligou para casa dele e perguntou-lhe o significado do embrulho. O grande homem respondeu:
? Fui convidado para a sua festa, mas não me permitiram entrar por causa da minha roupa. Se é a roupa que vale, eu lhe enviei o meu terno…?
Moral da história: os olhos vêem aquilo que a mente interesseira quer, e não o que o coração precisa.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques