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Francisco Beltrão
quinta-feira, 05 de junho de 2025

Edição 8.220

06/06/2025

Revolta de 1957, debate necessário

Geral

Em 1997, quando das comemorações dos 40 anos da Revolta dos Posseiros, defendi a necessidade de aprofundar as pesquisas e os estudos sobre os graves acontecimentos ocorridos no Sudoeste do Paraná em 1957. Isso porque, com o passar dos anos, a razão substitui a emoção na análise dos fatos históricos. Algumas avaliações passam a ser questionadas e surgem novos fatos.
Agora nas comemorações do cinqüentenário daqueles acontecimentos, é mais um momento para aquela reflexão dos estudiosos.
O Jornal de Beltrão do dia 24 de maio noticiou uma reunião realizada na Câmara de Vereadores de Santo Antonio do Sudoeste, onde, entre outros, participaram do debate Ivo Tomazoni, Porto Alegre e o historiador e escritor do município Ilmar Antônio Auth. Um tema polêmico foi levantado por Ilmar, quando afirmou: ?Santo Antonio do Sudoeste, Capanema, Perola d? Oeste e outros municípios aqui da fronteira estão se sentindo fora da história ou momentaneamente isolados pelo que é apresentado pela imprensa regional, centralizando Francisco Beltrão e Pato Branco, parece que menosprezando os fatos ocorridos por aqui?. E acrescentou: ?Estamos sendo deixados de lado. Nós e toda a fronteira. A história não pode ser mudada por causa de muitos que pedem carona no barco de exibicionismo e da política?.
O próprio Ivo Tomazoni, que teve papel destacado em Pato Branco, afirmou: ?Parece que os historiadores se detiveram mais na briga entre patobranquenses e Francisco Beltrão. As diferenças dos dois municípios, trazendo para si quem teve a iniciativa. Acho que acabaram alijando a fronteira da história?.
Esta aí um tema para debate ? o papel de região de fronteira naquele movimento. Ilmar Antônio Auth, inclusive, editou um livro com depoimentos que, tenho certeza, irá enriquecer o debate do referido tema.
Eu mesmo afirmei, no meu último artigo, ?os atritos entre posseiros e grileiros, principalmente no ano de 1957, tiveram grande repercussão, tanto na imprensa como no parlamento. O que aconteceu em setembro de 1957 em Santo Antonio e Capanema foi mais grave e, por ser área de fronteira e, portanto, de segurança nacional, levou o governo federal a dar um ultimato a Moisés Lupion: apaziguar a região ou haveria intervenção federal no Paraná?.
A respeito do título da Revolta ? se dos posseiros ou de colonos ?, o agrônomo e sociólogo da Assesoar Christophe de Lannoy escreveu artigo no Jornal de Beltrão no dia 29 de maio, afirmando: ?Penso que fazemos bem ao nos referirmos a Revolta de 1957, como sendo de colonos e/ou camponeses. Ainda mais que foi, ao que se sabe, uma das raras revoltas camponesas vitoriosas?.
Será que ela foi vitoriosa precisamente por ser uma Revolta de Posseiros ? moradores do campo e da cidade  ? e não só de colonos?

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