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Desde os anos 80, macacos-prego vivem no terreno da Igreja. |
O Morro do Tabor, onde fica a Casa de Formação da Igreja Católica, em Francisco Beltrão, possui uma pequena mata com muitas árvores frutíferas. Nesse habitat com muito alimento, macacos-prego estabeleceram seu lar. Além dos pequenos primatas, outros animais dividem a mata, como cotias e tucanos. O casal Lírio e Eliane Sulzbach cuida da Casa de Formação e não resiste em cuidar, também, dos animais.
A história que Lírio escutou é que os macacos foram deixados na mata em 1989. “Na época era tudo mata aqui, a Casa de Formação começou a ser construída só em 1991, e por volta 89 o povo comenta que um casal de idosos tinha dois macacos em casa, mas não conseguiram mais cuidar deles e largaram aqui”, conta.
Há semanas que eles não aparecem e ficam em bandos na mata. Quando querem comida, passeiam por cima das casas. “Moro aqui há dez anos e sempre os tratei. Hoje, é um bando de 20 macacos, mas já chegaram a estar em 30. Nós damos comida, pão, banana e frutas em geral. Nós cuidamos porque gostamos dos bichos”, afirma Lírio.
Eliane concorda com o marido e comenta que muita gente vem de longe para eventos na Casa de Formação e fica admirada com os animais. “Eles são bonitos, então as pessoas veem e querem tirar fotos de qualquer jeito. Eles já chegaram a quebrar janelas, de tanto bater nas janelinhas. Os macacos adoram subir na capela”, revela a moradora.
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Macacos-prego são comuns em todo o país
O zootecnista do pet shop Zoopet, Eduardo de Almeida Lima, esclarece que os macacos-prego são comuns na região e sua distribuição geográfica se estende por quase todo o território do Brasil, ocorrem, inclusive, em outros países em diversas subespécies. “Realmente alguns animais podem ter sido trazidos para a nossa região devido ao tráfico de animais. Normalmente, o indivíduo compra um filhote ilegal e quando ele atinge a idade adulta, fica com comportamento agressivo, isto faz com que as pessoas o abandonem em qualquer capoeira ou mata degradada, causando diversos problemas”, alerta o especialista.
Os macacos-prego vivem em grupo de até 60 animais e se adaptam facilmente a diversos ambientes, mesmo muito próximos ao homem. Esses animais têm uma alimentação bem variada: comem frutas, verduras e pequenos invertebrados e animais. Eduardo observa que esses macacos têm poucos predadores, devido à diminuição das matas e das onças pintadas, o que faz com que não haja um controle de sua população. “Esta superpopulação causa problemas na mata, onde eles exterminam diversas espécies de animais e plantas, pois comem ovos e filhotes de aves ou comem brotos de palmeira, assim, trazem prejuízos à agricultura comendo as plantações e invadem as casas de pessoas, podendo ser bem agressivos”, informa.
No caso específico do Morro do Tabor, em Beltrão, o zootecnista recebe denúncias porque algumas pessoas alimentam estes animais em seus quintais e com isto os macacos têm invadido outras casas atrás de comida fácil, causando agressões. “Outra questão é que moradores com medo, ou por não gostarem disto, estão dando veneno para eles”, lamenta Eduardo.
Zootecnista Eduardo Lima orienta:
– Não compre animais do tráfico ilegal;
– Se você tem algum animal adulto de estimação dando problemas, não o solte por conta própria, entre em contato com os órgãos competentes;
– Não alimente os macacos em casa, pois isto faz com que eles se aproximem muito;
– Em alguns casos, previamente comunicado ao IAP, uma iniciativa que pode ser feita é dar comida para eles dentro da mata, respeitando seus hábitos alimentares;
– Não tentar fazer carinho ou pegar um macaco, pois um simples “berro” pode resultar em um ataque do grupo.