Saúde e beleza: Pole dance mistura sensualidade e malhação na barra vertical
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Marina Silvestri pratica pole dance há mais de um ano. |
Faz algum tempo que associar a prática de pole dance com dança erótica está totalmente ultrapassado. Hoje, quem se arrisca nas acrobacias no poste está interessado em adquirir resistência física, saúde e, claro, um corpo com músculos torneados. Mas mesmo com o preconceito sendo deixado para trás, a procura pelo pole dance ainda é tímida nas academias.
A pato-branquense Marina Silvestri, 23 anos, mesmo tão nova já pode ser chamada de pioneira do estilo na cidade. “Faz um ano e meio que faço, mas já tinha vontade de praticar a muito tempo. O problema é que não tinha oportunidade, pois não havia em Pato Branco ou cidades próximas”, contou. Tanto é verdade, que Marina frequentou a academia, que apenas aluga a sala para a professora de pole dance, por quase um ano sozinha. “Hoje, tem outras alunas começando, mas ainda é pouco.”
Marina acredita que as pessoas ainda associem a prática com as danças de boate. “Quando publiquei as primeiras fotos fazendo pole, muitas pessoas me chamaram atenção, mas atualmente inúmeras mulheres me pedem informações quanto às aulas”, diz. O pole dance ou pole fitness, como é chamado nas academias dos grandes centros, é considerado uma modalidade esportiva. Segundo a aluna, o exercício é uma mistura de dança, flexibilidade, resistência e força.
Treinamento pesado
Pode-se dizer que a jovem sempre foi “rata de academia”, mas foi no pole dance que Marina está conseguindo o que queria: manter peso, corpo torneado e saúde. “O pole me deu força nos braços e no abdômen. Além disso, acredito que a prática deixa a mulher mais sensual e feminina. O esporte ajuda a mulher se conhecer e a descobrir seu potencial.”
Logo que começou, Marina sofria, sentia dores. A prática do pole dance requer muita força e isso só vem com o tempo. Era comum a jovem sair das aulas com pancadas pelo corpo, especialmente nas pernas, coxas e braços. “Hoje tenho melhor desenvoltura. Estou aprendendo movimentos novos, que somente com a prática e força adquiridas são possíveis de serem realizados”, afirma Marina.
Para chegar ao resultado que vê hoje no espelho, Marina pratica pole dance com dedicação de duas a três vezes por semana, mas ainda não se vê disputando campeonatos. “Faço apenas por realização pessoal, além do mais, por ser uma modalidade esportiva, há pessoas que só fazem isso, que treinam todos os dias por inúmeras horas. Impossível competir com elas.”
Gasto calórico incrível
A prática do pole dance, além de garantir a queima de 400 calorias por aula, define e turbina os músculos, potencializando os resultados da malhação. E nem precisa ser especialista ou aluno para entender porque esse esporte mexe tanto com o corpo. Imagine um poste, em que você precisa subir, descer, rodar, esticar pernas e braços e, por vezes, girar?
O resultado só poderia ser alto gasto calórico e corpo escultural. Na opinião de Magnus de Souza, professor de Educação Física e Personal Trainer em Francisco Beltrão, a prática de pole dance é excelente. “Vejo como uma atividade acrobática que envolve muitas variáveis que compõem o condicionamento físico”, opina.
Conforme Magnus, o pole dance exige que praticamente se desenvolva muita força de braços, pernas e principalmente abdômen. “Não tem um gasto energético tão grande como as atividades aeróbicas, mas se estiver ligado a uma reeducação alimentar promove o emagrecimento”, afirma.
Melhora postura e autoestima
Juliane Consoli tem 30 anos e é especialista em Personal Training pela Universidade Federal do Paraná. Trabalha em Pato Branco há oito anos e há um ano e meio começou a atuar na área do pole fitness, no Studio JC Pole Fitness. Juliane é professora de Marina, e diz que a prática ainda sofre preconceito. “As pessoas não conhecem a modalidade, que hoje já está sendo reconhecida como esporte, inclusive para fazer parte dos Jogos Olímpicos.” A atividade física é completa e pode ser praticada a partir dos 12 ou 13 anos. Para Juliane, o pole dance também é arte. “Uma pole dancer é mais que um simples dançarino e um artista. É um verdadeiro espetáculo à parte cada apresentação”, comenta.
Modelar o corpo
Segundo Magnus de Souza, do mesmo modo que a dança do ventre, o pole dance modela o corpo das mulheres. Por ser uma espécie de dança, as mulheres podem abusar da sensualidade. Para o professor, o pole dance vem ganhando espaço nas academias, devido à divulgação em campeonatos. E avisa: “Se tivesse aqui em Beltrão eu recomendaria, além da mulher entrar em forma os maridos iriam adorar”.
Mas é preciso cuidados. Segundo especialistas, a prática do pole dance pode ser feita por qualquer pessoa, desde que não haja restrições médicas. O ideal é fazer um teste físico antes de iniciar, para evitar problemas. Como a malhação é feita contra a gravidade, pessoas com tendinite e problemas na articulação e na coluna devem evitar. Quem sofre de labirintite não pode praticar, informa o Confef (Conselho Federal de Educação Física).
História do Pole Dance
Pole Dance, conhecido como dança da barra ou do poste, surgiu mais ou menos na década de 20 com circo, onde ao lado das tendas principais tinham várias outras tendas com mulheres dançando e elas foram dançando cada vez mais perto dos pilares usados para sustentar a tenda.
O espaço fora diminuindo até que virou a barra de pole dance. Alem do circo também temos a colaboração dos movimentos dos indianos com suas acrobacias e a sensualidade das casas de show.