Geral
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Truman Capote foi um dos principais jornalistas e romancistas americanos do século XX. Autor do livro que originou Bonequinha de luxo, seus escritos influenciaram e ainda hoje influenciam gerações de escritores. O filme Capote, de 2005, conta com maestria os bastidores por trás de sua obra mais famosa: A sangue frio.
Capote dizia que qualquer fato da vida real pode se transformar em uma bela ficção, só depende da habilidade do escritor. Para provar sua teoria, recortou uma notícia qualquer em um jornal, ensacou a máquina de escrever, o bloquinho de anotações e foi atrás de uma reportagem, na época trabalhava para a revista The New Yorker. O fato escolhido: o assassinato da família de um comerciante em uma pequena cidade do Kansas. Capote vai para o lugar e começa a investigar o que aquele crime representou para a pequena localidade. Logo de cara, encontra confusão com o xerife, seu jeito de ser (Capote era gay) causa desconforto na sociedade local. Porém, o carisma o aproxima das pessoas.
Além de ser um ótimo filme, é uma aula de jornalismo. Capote busca de todas as formas acesso às testemunhas. Entrevistas que muitas vezes foram negadas, aconteceram graças à sua malandragem na busca pela informação. Sua pesquisa durou anos, o tempo em que o processo estava aberto. Com o passar do tempo estabeleceu uma estranha relação de confiança com os assassinos, escritor e réus ficaram ligados intimamente até os últimos dias.
Philip Seymour Hoffman, que já era um ótimo ator desde os anos 1990, subiu de nível em Capote, tanto que ganhou o Oscar de Melhor Ator. Muito merecido, por sinal. Sua atuação é irretocável, todos os trejeitos do escritor foram transferidos para o filme. Está irreconhecível se comparado a seus outros personagens. Junto com Daniel Day-Lewis, é um dos meus atores favoritos, com certeza. Bom filme.