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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

O limites da promessa

Geral

Dizem os costumes do cotidiano na vida das pessoas que as promessas foram feitas para serem quebradas. Não sabemos se esta declaração é totalmente verídica, mas temos a absoluta certeza de que entre os indivíduos muitas promessas já foram descumpridas. Fazer promessas é uma situação típica de comportamento psicológico dos seres humanos, ou seja, ele é aguçado em virtude da certeza do diagnóstico de alguém que nos confia um segredo. Esta expectativa de um fato desconhecido faz a maioria das pessoas prometerem algo que no íntimo, talvez não tenha a certeza de cumprir. Na verdade, a maior parte das promessas é cumprida a contento, pois o que interessa às pessoas é que elas sejam de confiança daquelas às quais lhes pedem o voto de segredo. Esta relação se rompe se a palavra dada for descumprida, e como a curiosidade nos indivíduos é nata, eles se deixam seduzir por esta probabilidade. Entendemos que cumprir promessas é um comportamento normal de cunho psicológico que é do interesse de duas pessoas. Mas como ficaria a situação se a exigência de um silêncio absoluto envolvesse a questão da ética e da moralidade? Poderia até ficar latente, mas acomodada, se a ausência da moral entre as partes fosse equivalente. A seguinte condição fática extraída da internet, com textos e comentários de especialistas, é de autoria de Fabio Marton:

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“Um amigo quer lhe contar um segredo e pede que você prometa não contar a ninguém. Você dá sua palavra. Ele conta que atropelou um pedestre e, por isso, vai se refugiar na casa de uma prima. Quando a polícia o procura querendo saber do amigo, o que você faz?”

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Nesse estudo de comportamento humano, interessante é observar como varia o conceito de ética e moral entre os povos. Definindo as condutas das pessoas, o antropólogo holandês Fonz Trompenaars realizou pesquisas em diversos países. Com os norte-americanos observou que algumas pessoas mentiriam para proteger o amigo, dando informações ambíguas à polícia. Nota-se que boa parte das pessoas gosta de aplicar a política da ambiguidade, ou seja, dizer uma espécie de meia-verdade, dando a entender que diretamente não estariam mentindo, mas apenas dando informações paralelas que não levam a uma resposta definitiva. São proselitistas da tergiversação quando querem esconder alguma verdade. A análise realizada com os brasileiros revelou, segundo o antropólogo, que poderiam ser os campeões para inventar histórias malucas para dizer que a culpa não era do amigo, mas do pedestre, que era um suicida. Mesmo que esta definição não seja de todo verdadeira, não é em vão que somos conhecidos pelo famoso “jeitinho brasileiro”. Torna-se fácil compreender a cultura de certos povos quando em nosso íntimo os princípios ético-morais representam a bússola que guia o nosso comportamento. Neste caso, segundo o entendimento do estudioso holandês, o povo russo em sua maioria entregou o amigo à polícia. Hodiernamente percebemos que a grande maioria dos seres humanos oculta em seu íntimo a vaidade, não aquela de sobressair-se no círculo social, e sim aquela que completa seus desejos egocêntricos na intimidade de sua vida e/ou seu lar. Para garantir seus objetivos, não existem limites para aquilo que chamam de ética e moral.

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Moral da história: para eles, princípios ético-morais não passam de conceitos subjetivos adaptados à sociedade, segundo o grau de intelectualidade das necessidades humanas e de seus interesses materiais.

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