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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Meu filho será um craque?

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Um belo dia, João Pedro, meu filho, disse que precisaria de R$ 10 e dos números da identidade. Chegou pedindo para ontem, como se o mundo fosse acabar. Fiquei sabendo então que ele e um grupo de amigos tiveram a iniciativa de se inscrever num campeonato de futsal da cidade. Uns dias depois, me contou que havia escolhido, com o grupo, o nome do time, o brasão, e ficou na dúvida se mandava pintar “João Pedro, João P., J. Pedro ou Sabadin” atrás do uniforme. Na mesma semana, avisou que teria treinos semanais e que não poderia faltar de jeito nenhum, afinal, era hora de definir a escalação, os titulares, o capitão e fazer o esquema tático (hehehe). Nada demais para um menino que sempre gostou de jogar bola, mas o que percebi foi uma mudança de atitude. João passou a ter responsabilidades que não dependiam apenas dele, mas sim de todo o time. Como bons pais, eu e meu marido apoiamos sua decisão e lá estávamos nós, levando e buscando nos treinos, lavando camisetas que iam de um jeito e voltavam tipo trapos de chão, esfregando chuteiras e mandando ele parar de jogar bola até dentro de casa, no meio do corredor. O interesse pelo campeonato fez com que João e seus amigos fortalecessem a amizade. No facebook, nos encontros, era de futebol que eles falavam. Por causa da correria e do trabalho, nunca acompanhei tão de perto a carreira de jogador de meu filho, mas na segunda-feira, dia 17, dia do primeiro amistoso antes de o campeonato iniciar, fiz questão de estar lá. E me emocionei!  
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O que vi foram adolescentes que se apoiam, que jogam juntos, que tocam a bola, que festejam as boas jogadas e abraçam os amigos mesmo quando o gol não sai. Vi craques que sabem driblar como adultos, que correm e não se entregam. Vi uma equipe focada não apenas na vitória, mas em fazer bonito na competição. Percebi que os treinos do João são coisa séria, que eles vivem o futebol de verdade, na essência da palavra. Eles ganharam o amistoso por 4 a 3. Ficaram felizes e foram comemorar com o treinador com direito a Coca-Cola, selfie e muita risada. No mesmo dia, me bateu um sentimento de dever cumprido, de ver que meu filho e esses meninos estão no caminho do bem, unidos pelo futebol e por uma amizade que começou na pré-escola. Não há dinheiro que pague ouvir do treinador que nós temos um filho de ouro, um menino obediente, educado, determinado e que tem um grande potencial. Ouvir que essa gurizada é como se fossem filhos e que eles não treinam apenas para o esporte, mas sim para a vida, para que se tornem pessoas melhores. Eu sei de tudo isso, mas alegra meu coração, como mãe, saber que os valores que tentamos transmitir ao João são levados adiante, que ele respeita os mais velhos, seus amigos e que sabe que não precisa, nem de longe, ser o melhor em campo, nem ser o craque. Basta que seja esse ser humano, com suas qualidades e defeitos. Parabéns a todos os jogadores do Ibis (quem gosta de futebol entende a ironia do nome…), aos demais que fazem parte do campeonato, aos organizadores e, em especial, aos professores, que adotam e protegem nossos craques. Sabe o que também gostei assistindo ao amistoso? O grito de guerra: “vamo time”. Rumo ao sucesso!

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