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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Férias prolongadas: prova de fogo para pais e filhos

Férias Prolongadas

Em meados de dezembro, antes do término das aulas, as escolas preparam suas confraternizações e encantam os pais com as apresentações natalinas. A gente chora ao ver o filho cantar canções de Natal e se emociona com a breve despedida dos professores e coleguinhas. Quando começa janeiro, planeja as férias e passa a curtir os momentos com a criançada em casa, sem compromissos. Que alegria! Mas o fato é que criança tem uma energia louca, parece que eles vivem ligados na tomada e não se contentam com pouca coisa. Na saga dos pais em transformar as férias dos filhos em algo divertido e prazeroso, abre-se o período de caça às programações infantis. Escrevo com conhecimento de causa: tenho dois filhos em casa desde dezembro, longe das obrigações escolares. O João Pedro, com 12 anos, até que se vira sozinho. Mas a Maria Alice, com 1 ano e 10 meses, precisa de muita atividade para não se estressar. E eu, com 36, de muita paciência e imaginação para não pirar. A primeira semana é pura diversão, tiramos de letra. Na segunda, a animação não é mais a mesma, porém, ainda há muitos lugares pra ir, parentes e amigos pra visitar, coisas gostosas pra comer e filmes na TV. O dilema é quando entra a terceira semana e tudo começa a se repetir, vira a maior chatice, verdade seja dita. Os pais, que não têm a mesma disposição que os pequenos, começam a cansar. Já os filhos, que não são bobos nem nada, notam que as férias já foram bem mais legais no início e que agora a coisa está ficando preta. Numa explicação bem breve e de fácil entendimento: férias são legais, são necessárias e isso não se discute, contudo, até mesmo elas levam à exaustão. E para pais que têm filhos ociosos em casa, férias prolongadas podem ser sinônimo de estresse e culpa. Sim, culpa. Porque no fundo a gente pensa: “meu Deus, quando as aulas vão começar novamente?”.

Quem pode, matricula os filhos nas famosas colônias de férias, que são uma bênção. Afinal, lá as crianças vão curtir as férias com atividades que mesmo os pais mais preocupados e esforçados jamais conseguirão imitar. Colônia de férias tem cama elástica, piscina de bolinhas, alimentos variados, horário do soninho, monitoras capacitadas, e o melhor, tem crianças. Nas férias os pequenos querem se divertir, mas para que isso não seja, até pra eles, uma dor de cabeça, é imprescindível que haja rotina. Lógico que os meses de folga existem para brincar e brincar, só que criança sem rotina fica sem controle e reflete em pais esgotados, divididos com os cuidados com os filhos em casa e com as obrigações do trabalho. Afinal, na prática, os adultos continuam com seus afazeres normalmente quando os pequenos estão longe da escola.

Estamos quase no fim de janeiro, felizmente, e fevereiro nunca foi tão esperado. É o mês das crianças retornarem a sua vida normal, com horários definidos, atividades rotineiras. E para nós, pais e mães que sobrevivemos às férias, hora de curtir a criançada com mais qualidade. Sim, com mais qualidade, porque não sei vocês, queridos leitores, mas intimamente já pensei que as férias podiam ser um pouco menores. Lógico, sem colocar em cheque o amor que temos por nossos filhos, porque até quando eles nos enlouquecem, nos tiram do sério, não vivemos sem os “pestinhas”. E como o ser humano nunca está satisfeito, lá pelo mês de maio já planejamos as férias de janeiro, sonhando que tudo será perfeito. É como verão e inverno. Percebem como reclamamos do frio no frio, querendo calor, e quando, enfim, estamos derretendo não vemos a hora de vestir casacos, tomar chocolate quente e nos enfiar embaixo das cobertas. Somos assim.

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