Trabalhadores querem pelo menos 10% entre reposição e ganho salarial.
Os sindicatos de trabalhadores e das indústrias de confecções do Sudoeste do Paraná estão negociando, desde março, a convenção coletiva de trabalho 2014-2015, que terá vigência por um ano. Até agora aconteceram quatro audiências entre as direções das duas instituições e seus advogados e não houve acordo nos percentuais.
O Sindicato dos Trabalhadores reivindica a reposição de 5,29% da inflação no período de março/2013 a março de 2014 e cerca de 6,71% de aumento salarial. Incluídos os percentuais de ganhos e reposição, o índice chegaria a 12%. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Eloir Aparecida de Oliveira, diz que o pedido é 10% a 12% entre reposição e ganho salarial.
Segundo ela, o sindicato patronal ofereceu, primeiramente, 5,29% e os trabalhadores não aceitaram. “Houve uma revolta do pessoal”, conta Eloir. Numa rodada posterior, os representantes do sindicato patronal (Sinvespar) ofertaram 8%. “A gente também não aceitou”, relata a presidente. Desde o início das conversas entre as partes, os trabalhadores nas indústrias de confecções participaram de duas assembleias e não aceitaram as propostas das empresas.
Para hoje, dia 16, no Edifício Eldorado, em Beltrão, está agendada uma nova rodada de negociação. Eloir adianta que se chegar uma proposta de 8,5%, também não será aceita pela categoria. A presidente ressalta que “menos de dez por cento é impossível negociar”. Ela disse estar torcendo para que não seja deflagrada greve nas empresas do setor. Se isso acontecer, o sindicato terá de apoiar os empregados do setor.
O salário-base de uma costureira industrial – principal função nas empresas do setor -, hoje, é de R$ 835. Se houver o ganho de 12%, o trabalhador passaria a ganhar R$ 918,50. Outra função que emprega bastante gente é a de passador de roupas. Hoje o salário médio do passador é de R$ 819. Na área de atuação do sindicato, atuam mais de cinco mil trabalhadores nas indústrias de confecções. Trabalhadores do ramo, em Ampere, são representados por um sindicato próprio.
O futuro salário da categoria será retroativo a março, isto é, os percentuais acordados terão de ser pagos pelas empresas.
Contatado pelo JdeB, o vice-presidente do Sinvespar, Kelvi Krauspenhar, disse que as negociações estão em aberto. “Elas estão ocorrendo, acontecendo, o clima está normal, bom, não há desavença, é bem provável que a gente chegue a um acordo.” Em relação à paralisação que houve na tarde de sexta-feira, na Confecções Raffer, Kelvi acha que houve uma precipitação.
O dirigente do Sinvespar observou que numa negociação entre sindicatos é normal que uma parte faça mais exigências e vice-versa.