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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Sadi de Marco agora é ex-prefeito do município, e não mais ex-prefeito cassado

 

Em pé, Sadi de Marco faz seu pronunciamento na Câmara de Vereadores – lotada – de Chapecó, quando recebeu seu título de prefeito, que havia sido cassado 45 anos antes.

 

Foram exatos 45 anos de diferença entre o 29 de abril de 1969 – quando o programa de rádio Voz do Brasil anunciou uma lista de prefeitos cassados no país, e entre eles, Sadi José de Marco, de Chapecó (SC) – e o 29 de abril de 2014, terça-feira desta semana, quando a Câmara de Vereadores, em sessão solene, restituiu o título de chefe do executivo para o advogado que fez carreira em Francisco Beltrão.
“Sadi de Marco agora  é ex-prefeito do município, e não mais ex-prefeito cassado”, disse o vereador Paulinho da Silva (PC do B), que propôs o decreto, aprovado por unanimidade.

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A sessão foi prestigiada por contemporâneos seus,  quando ele governou Chapecó – 1966 a 1969.
“Está aqui o Felipe Pupioski, que trabalhava na Prefeitura na época”, disse Sadi, em pronunciamento  na Câmara, numa solenidade que contou também com o vice-prefeito, Luciano Bulligon (PMDB), e o diretor regional da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, Gilberto Ari Tomasi.

“Escutei a Voz do Brasil e ouvi que estava cassado. Por quê? Não sei. Nossa gestão era boa; depois me acusaram de umas coisas que não tinham cabimento, que eu tinha nomeado comunistas. Mas no dia seguinte ao anúncio da cassação, fui à Prefeitura, comuniquei os funcionários, e daí fui para casa, esperar”, comentou.
Sadi nasceu em Erechim (RS), e em Chapecó se elegeu vereador em 1964, pelo PTB. Em seguida foi eleito prefeito. “Subi eleito pelo povo, e desci tangido pela espada dos militares”, disse, na abertura do seu pronunciamento. E mais: “há tempos não sentia tamanha emoção”.

Sua esposa, Ivanir, estava presente, também a filha Claudia, a neta Débora e demais amigos.
O dia agitado começou no início da tarde, com entrevista na Rádio Chapecó. Na sequência, visita à antiga Prefeitura, que é um museu da cidade, com, por exemplo, o gabinete do executivo resguardado, a mesma mesa, o telefone. Depois o encontro com velhos amigos, a sessão solene e, por fim, às 19:45, uma palestra para universitários do campus da UFFS.

Um dos idealizadores desse resgate foi o professor Claiton Márcio da Silva, que colabora com o projeto de debate sobre os 50 anos do golpe militar do Brasil.

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