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Francisco Beltrão
sábado, 14 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

Projeto da Tractebel e Unioeste está repovoando os Lagos do Iguaçu

 

Os alunos do Colégio Estadual Dr. Paranhos
auxiliaram na soltura de peixes.

 

Na tarde de ontem, no Centro de Convenções dos Lagos do Iguaçu, em São Jorge d’Oeste, o projeto de pesquisa e desenvolvimento denominado ‘Tecnologia para formação de bancos de germoplasma e produções de peixes nativos para estocagem (repovoamento) no Rio Iguaçu’, desenvolvido pelo Instituto Neotropical de Pesquisas Ambientais (Ineo) através de uma parceria entre Tractebel Energia e o curso de Engenharia da Pesca da Unioeste de Toledo, fez uma ação de repovoamento no Rio Iguaçu.

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Ao todo, 42 mil alevinos da espécie jundiá (bagre) foram soltos nos reservatórios da usina de Salto Santiago e Salto Osório. Autoridades do município, alunos do Colégio Estadual Dr. Paranhos e da Casa Familiar Rural e representantes da Unioeste e Tractebel participaram do evento que soltou 21 mil peixes na região de São Jorge d’Oeste. 

Leocir Scopel, gerente regional da Tractebel, resumiu o trabalho que está sendo feito. “Esse projeto é resultado de um estudo que começou em 2003, numa parceria entre a Tractebel e Unioeste, através de uma equipe do curso de engenharia da pesca, nos reservatórios do Rio Iguaçu. Com isso, percebemos que algumas espécies estavam com ameaça de extinção e com dificuldades de se manter. Em 2010, lançamos um livro que se chama Peixes do Baixo Iguaçu, onde foram listados 106 peixes que foram mapeados no rio, inclusive, peixes que não se conheciam”, disse. 

Ele ainda destacou que essa era a segunda soltura de alevinos. 
“Em 2012, começou-se esse novo estudo de criação de peixes para poder fazer o repovoamento. Muito se fala, mas temos que ver se conseguimos fazer isso. Você não tem estoques em algum lugar para poder trazer para cá e repovoar. Agora, já estamos colhendo alguns frutos. No ano passado, já soltamos 5 mil peixes em Salto Santiago e 5 mil aqui em Osório. Agora, já conseguimos 42 mil nesse lote e os peixes foram divididos nas duas usinas. Estamos muito satisfeitos com esse resultado”, completa. 

Anderson Gibathe, técnico ambiental da Tractebel, também explicou ressaltou a importância do projeto. “Neste momento, estamos trabalhando com cinco espécies mais críticas de peixes nativos aqui do Rio Iguaçu. Aqui fazemos a captura de matrizes nativas do reservatório de duas espécies de jundiá, conhecida como bagre, o lambari do rabo vermelho, conhecido como lambarizão, aí temos o mandi pintado e o surubi do Iguaçu, que também são nativos do Rio Iguaçu e estavam em situação mais complicada.

O projeto, em essência, consiste na captura desses peixes, que são levados para Toledo, onde foi construído um laboratório específico na Unioeste e são produzidas as larvas desses peixes. Esses peixes são trazidos para açudes escavados, e produtores rurais colocam esses peixes para crescer até chegar ao ponto de soltura. Quando se chega no tamanho desejado, uma parte fica com o produtor e outra vem para o repovoamento aqui no Rio Iguaçu”, completa.

Gilmar Baumgarther, professor da Unioeste, também destacou o trabalho que está sendo desenvolvido. 
“Inicialmente, os reservatórios de Santiago e Osório eram locais que não tinham informação nenhuma sobre os peixes. A partir dos estudos, a gente constatou essa necessidade de ações para a recuperá-los”, avaliou. 
Robbie Allan, também professor da Unioeste, bastante didático para as crianças, explicou a importância daquele ato. “O que vocês vão fazer hoje é como se fosse plantar novamente uma árvore. Aqui, onde vocês veem esse lago, era um rio.

Esses peixes que estão aqui existem no rio, mas têm dificuldade de crescer, alguns deles estão indo embora porque não acham mais fêmeas aqui. E a gente está plantando, de novo, o peixe no Rio.”
“O projeto ainda está preocupado na construção de um banco genético, para a gente conservar esses peixes através do sêmen congelado. Se daqui a 100, 200 anos a espécie acabar, a gente vai poder descongelar esse material e ter o peixe mais uma vez. O projeto também busca não trazer peixes de outros lugares que podem causar um impacto ambiental aqui no reservatório. Isso tudo vai melhorar o rio e o ambiente de vocês”, concluiu.

O prefeito Gilmar Paixão (PT) elogiou a iniciativa e colocou a prefeitura a disposição. “Temos que agradecer pela oportunidade de estar junto com vocês buscando essa alternativa a mais para os nossos lagos. Aqui temos espécies que não existem em outros lugares do mundo, por isso, é importante a gente preservar, dar continuidade a isso. Queremos cada vez mais ampliar a quantidade de animais no rio e estamos de braços abertos para o que precisar. Podem contar sempre com o nosso apoio”, conclui. 

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