Álbuns de figurinhas se tornam meio de interação entre torcedores

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A Copa do Mundo nem começou, mas a febre do álbum de figurinhas da Panini está tomando conta do país. Segundo comparações de vendedores do produto em Francisco Beltrão, o fato de o Brasil ser sede do maior evento esportivo do planeta tem impulsionado as vendas de figurinhas, principalmente para novos colecionadores. 
A tradição pela busca das fotos dos jogadores da Copa do Mundo está promovendo uma interação entre jovens e adultos com um meio em comum: o gosto pelo futebol. No total, são 640 figurinhas das 32 seleções e os 12 estádios com informações dos grupos da competição, uma grande lembrança para quem quer guardar na estante um registro histórico da Copa no Brasil. 

Cada pacote com cinco figurinhas custa um real. Portanto, um bom administrador do álbum vai gastar cerca de R$ 130 para completar o seu objetivo. O problema é que vêm junto as figurinhas repetidas, que precisam ser trocadas com outros colecionadores. Aí começa a interação entre os torcedores. “Eu coleciono os álbuns da Copa desde 1970.

Comecei meio por acaso e tomei gosto pela tradição. De lá para cá, tenho todos os álbuns. Acredito que a Copa do Mundo no Brasil vai fortalecer ainda mais esse costume para as próximas edições, muitas pessoas estão começando agora”, diz o marmeleirense Nereu Miserski, que sempre promove encontros entre amigos para trocar figurinhas. “Para mim é uma grande satisfação ir atrás dessas figurinhas. A gente sempre cria boas histórias com a troca dos números repetidos”, acrescenta Leandro Brandielli, de Francisco Beltrão. “Eu tenho os álbuns desde 2002, quando o Brasil foi campeão. Mas naquela época eu era pequeno e não consegui completar todas as figurinhas.

Em 2006, consegui o meu objetivo, de preencher todo o álbum. Agora falta pouco para completar, preciso fazer mais algumas trocas”, diz o dentista Maurício Bilibiu, que reúne amigos em sua casa todos os domingos para acelerar o processo de preenchimento do álbum.
“O bom mesmo é curtir o álbum, sem pressa. Cada figurinha nova é uma aventura diferente. A gente compra algumas e troca o restante, assim fica mais fácil”, diz Leury Zuchello Fausto, que coleciona até álbuns do Campeonato Brasileiro.
 
Onde comprar?
Quem tiver interesse em comprar o álbum e as figurinhas, pode procurar nos supermercados ou em bancas de revistas. Quando o álbum está na reta final, é possível pedir para a Panini, empresa que tem autorização para produzir e comercializar o produto, apenas as figurinhas específicas que estão em falta. “É só entrar no site e fazer o pedido. Você paga 20 centavos por figurinha, mais seis reais de taxa de entrega. Eu comprei quatro figurinhas assim para fechar o meu álbum”, conta Anderson Lopes, que aproveitou para vender suas 200 figurinhas repetidas que sobraram e recuperar um pouco do investimento. 
 
Jogadores do Marreco
Três jogadores do Cresol/Marreco Futsal também se envolveram na brincadeira de completar o álbum: o fixo Magui, o ala Jean Neguinho e o pivô Banana. Depois de trocarem entre si, eles tiveram que buscar contato com outras pessoas e acabaram conhecendo muita gente por causa disso. “Como a gente vem de fora, acaba sendo uma forma de conhecer pessoas novas”, ressalta Jean, que ainda não completou o álbum. “Comecei por causa do meu filho, que gosta muito de futebol. Mas acabei me empolgando com ele e ficou uma brincadeira muito divertida”, afirma Magui. “Não é fácil de completar o álbum, tem que ter bastante dedicação. Mas é muito bom quando a gente consegue completar uma seleção, a última figurinha é sempre comemorada”, salienta Banana.
 
Redes sociais ajudam
Haroldo Moreira, diretor do campus da Unioeste de Francisco Beltrão, trouxe até a redação do JdeB um álbum que completou na Copa de 1958, na Suécia, quando o Brasil ganhou pela primeira vez. A diferença é muito grande do que acontece hoje em dia, pois as trocas eram muito mais difíceis de serem feitas. “Hoje eu não faço mais o álbum, mas era muito legal quando corríamos atrás dessas figurinhas na nossa juventude. Guardei o álbum da Copa de 58 para ter de recordação. Hoje é um registro histórico difícil de ser encontrado”, comenta o professor.

Hoje em dia, por meio das redes sociais, fica muito mais fácil completar o álbum. No Facebook, por exemplo, há um grupo chamado Álbum da Copa (Francisco Beltrão), que já tem quase 80 membros. Cada um publica as figurinhas repetidas e as que ainda precisa para completar o álbum. 

Os encontros e as trocas são marcadas por meio da internet e a prática acelera o processo de conclusão. “Com esse grupo no Facebook ficou muito mais fácil conseguir as figurinhas. Principalmente para conseguir aquelas mais raras, como é o caso de Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo”, diz Fernando Misturini, professor de Educação Física da Secretaria de Esportes de Francisco Beltrão.

Há também um aplicativo de celular específico para administrar o álbum da Copa. “Com o aplicativo, eu não preciso levar o meu álbum para todos os lugares. Pego o celular e consigo saber quais figurinhas ainda preciso. Sem contar que ainda consigo compartilhar no Facebook ou no Whatsapp os jogadores que me faltam”, diz Magui, jogador do Cresol/Marreco Futsal.

Dica aos iniciantes

Para iniciar o seu álbum, é preciso comprar as primeiras figurinhas. Há nos supermercados combos com 72 figurinhas ao preço de R$ 12, isso gera uma economia de R$ 2,40 por pacote. 
Em seguida, é preciso separar as figurinhas repetidas e organizá-las em ordem numeral, para facilitar a troca com colegas e amigos. Baixe o aplicativo “Álbum 2014”, que permite a organização do álbum e oferece a possibilidade do compartilhamento nas redes sociais. Procure grupos de trocas nas redes sociais ou divulgue para seus amigos que também colecionam as figurinhas. 
Quanto mais você trocar as repetidas, mais barato fica o álbum, pois é possível vender para recuperar parte do investimento. Se faltarem apenas algumas figurinhas e você estiver de saco cheio da brincadeira, entre no site da Panini e solicite apenas os números específicos. Boa sorte!