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Francisco Beltrão
sábado, 14 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

Choveu 346 milímetros entre sexta e domingo

 

As máquinas precisaram abrir uma cratera na Rua Mato Grosso
para que a água escoassee não atingisse mais casas.

 

 

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Os trabalhos para tentar amenizar os problemas deixados pelas chuvas seguem intensos em São Jorge D’Oeste. Com o tempo firme ontem, 9, equipes foram deslocadas para todos os bairros e comunidades para fazer uma varredura minuciosa do que foi prejudicado pelos 346 milímetros de chuvas que caíram entre sexta-feira, 6, e domingo, 8. “Montamos 15 equipes que fizeram uma varredura de todos os problemas encontrados nos distritos e na cidade.

O foco principal, no primeiro momento, é recuperar a infraestrutura para transporte (pontes, bueiros e estradas) para o interior. Na cidade, os principais problemas foram duas crateras abertas pela força das águas, além de alguns bueiros e meio-fio”, diz Itacir Secco, coordenador da força tarefa. Outro problema grande aconteceu na comunidade de São Pio X, onde a terra cedeu e destruiu o aviário da família Cucchi.

O local era recém-construído e ainda não tinha animais hospedados. A expectativa é que, amanhã, 11, se tenha um levantamento preciso de todos os prejuízos. Ele lembra que em 1983 choveu bastante, mas as consequências não foram tão grandes. “Tivemos 56 residências atingidas somente na cidade. Fizemos todo o atendimento durante o domingo, algumas famílias foram levadas para pavilhões de igreja e para o Clube União. Agora, todas já foram acomodadas em casas de parentes. Tivemos um problema com a captação de água que também já está sendo resolvido”, conta. 

José Dell Osbel, secretário de Agricultura e Meio Ambiente, afirma que não se tem registro de outra chuva semelhante. “Estamos calculando os prejuízos para a estrutura viária e física, mas ainda não sabemos qual vai ser o prejuízo na produtividade. Muitos produtores ainda tinham feijão ou soja na lavoura e perderam tudo. Não podemos comparar os prejuízos econômicos com 1983, onde só se tinha uma safra, mas já sabemos que teremos muitos problemas”, disse. As comunidades de São Roque, Guaraipo e São Cristóvão foram as mais atingidas.

O prefeito Gilmar Paixão (PT) destacou o empenho de toda a equipe e população. “Desde o sábado, pela manhã, já começamos com algumas ações. No período da tarde conversamos com o cabo Adilson Novachaelley (Defesa Civil) pelo telefone e nos reunimos com toda a equipe para tomar algumas decisões e trabalhar porque a previsão era de bastante chuva. No período da tarde, todo mundo estava em alerta e fazendo orientações para as famílias na beira do rio. A chuva continuou e as pessoas foram muito solidárias umas com as outras e isso que é o mais importante nessas horas”, disse. 

O trabalho, desde que a chuva parou, é buscar reconstruir o que foi perdido. “Agora é o momento de recontar os prejuízos e uma equipe está fazendo esse levantamento para ver as medidas que podemos estar levando a frente. Estamos entrando em contato com o Governo do Estado e o Governo Federal para ver o que é possível. No domingo, 8, o trabalho foi de ajudar, socorrer as pessoas. Na segunda vimos o que ficou estragado nas estradas e as dificuldades. Pedimos calma para todas as pessoas que precisam.

Primeiramente vamos dar um foco em pontes, bueiros e estradas porque é o que precisamos para poder levar os alunos para a escola, além disso, temos os caminhões do leite, da ração, do frango que também precisam continuar seus trabalhos. A dificuldade é grande, mas na medida do possível vamos estar restabelecendo a normalidade para todas as famílias”, completa.

O cabo Adilson Novachaelley, da Defesa Civil, disse que as primeiras solicitações de ajuda foram feitas no sábado, 7. “Pela manhã já tivemos alguns problemas de alagamento. Também fizemos um trabalho preventivo, visitando residências e avisando que teríamos muita chuva. Quem queria sair, a gente já ajudava”, disse. 
Domingo, 8, o trabalho foi intenso durante o dia todo. “Foram atendidas cerca de 70 famílias, mais as ações preventivas. Agora, estamos recebendo donativos que serão distribuídos juntamente com a equipe da assistência social, Interact e Rotaract. Já temos algumas roupas e alimentos e quem quiser pode trazer aqui no quartel”, conta. 

Ademar Hack doou um fogão que estava sobrando na sua casa. “A minha mãe (Bianca) comprou um fogão novo e esses estava sobrando. Como ele está bom, resolvemos ajudar quem está precisando”, completa. 

Aulas voltam hoje
Nenhum aluno teve aula ontem em virtude das dificuldades de transportes. Hoje, 10, no entanto, os mais de mil alunos já voltam pra os bancos escolares normalmente. “Sabemos que teremos alguns que não vão conseguir chegar, mas precisamos retomar a rotina normal”, disse Itacir.

“Tudo muito rápido”
Na cidade, o maior problema foi o Rio Faxininha. A força das águas abriu uma cratera na Rua das Américas esquina com Rua Joaçaba. “Eu vedei as portas e entrou pouca água na loja. Faz uns 17 anos que estamos aqui e nunca tinha visto coisa igual. A água passava por cima da Rua e a gente não sabia o que tinha por baixo, ela foi levando todo a terra, asfalto e o que via pela frente”, relatou Sidnei Batistella, proprietário de uma empresa que fica ao lado da cratera. 

Olaci Maria de Oliveira, que mora próximo ao Rio Faxininha, na Rua Mato Grosso, comentou que não teve tempo de tirar nada de casa. “Faz um ano que moro aqui, mas nunca tinha acontecido isso. Não deu tempo de fazer nada, a chuva foi levando. O maior problema é que ainda estamos sem água”,informou. Ele e a esposa Maria Salete Garcia ainda contabilizavam os prejuízos. “A água cobriu quase a casa toda e quase todos os móveis estragaram”, lamentou. 

Getúlio Leonardo Franciscon, que mora na mesma região disse que está há dois dias sem dormir. “Na sexta choveu muito e eu ficava sempre olhando a água. No sábado à tarde mandaram a gente se preparar e erguemos alguns móveis e tiramos algumas coisas de casa. Quando estava amanhecendo, no domingo, que a água veio forte”, disse. No local, mesmo com muita chuva, máquinas da prefeitura abriram uma cratera para que a água escoasse e não atingisse mais casas. 

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