Há três anos no mercado, produtores apostam no conceito ecológico.

Quem tem o hábito de frequentar a feira de produtos naturais no Calçadão de Francisco Beltrão, todas as quartas e sábados, ou então a feira de produtos orgânicos da Cango, às sextas, certamente já adquiriu ou ao menos conheceu os queijos Sabor do Sul. A agroindústria atua há três anos, situada na comunidade Alto Jacutinga, interior do município, e atualmente comercializa toda sua produção nas feiras.
O empreendimento foi idealizado pelos casais José Eduardo e Noeme Korb e Gilson e Cleonice Gurgel, além de Vunibaldo Korb, irmão de José. O conceito ecológico, garantindo um produto saboroso e o mais natural possível, com extremo respeito ao meio ambiente e à saúde do consumidor, cativou muitos clientes ao longo dos anos e hoje, de acordo com os sócios, é difícil atender a demanda. “Já trabalhamos com a produção de queijos há 20 anos. Sempre produzimos produtos ecológicos, sem utilização de químicos ou agrotóxicos, o mais natural possível, com respeito ao meio ambiente sempre. Temos a preocupação com os animais, com o manejo e todo o processo. Não queremos perder a confiança do consumidor”, relata dona Noeme.
Todas as quartas, sextas e sábados, a responsabilidade de comercializar os queijos é do produtor Gilson Gurgel. A esposa Cleonice e dona Noeme trabalham diretamente na agroindústria, na produção dos queijos. Todo o leite gerado nas duas propriedades, cerca de 200 litros por dia, é utilizado na fabricação. “Não compramos leite de fora, somente o que produzimos, porque temos extremo cuidado e controle de qualidade, desde a alimentação do animal, ordenha e processo de produção, assim como na embalagem, transporte e venda. A produção acontece de segunda a sábado e nos dividimos entre as atividades da casa e da agroindústria”, conta Noeme.
Faturamento excelente
Há cinco anos, seu José Eduardo está debilitado, após ter sofrido um AVC que limitou suas atividades. Contudo, faz questão de acompanhar todo o processo administrativo, contabilidade e andamento das atividades. “Atualmente, nossa comercialização média mensal é de 750 peças. A venda é direto ao consumidor, e com isso a inadimplência é zero. Vale muito mais a pena do que apenas vender o leite. Muitos não acreditam no faturamento, mas posso garantir que é mais que o dobro que se comercializássemos apenas o leite”, revela.
Quando iniciaram o empreendimento, os produtores utilizaram recursos próprios, sem depender de financiamentos. Aproximadamente R$ 100 mil foram investidos para estruturar a agroindústria. O casal diz que o segredo é “muito planejamento, cuidado nos detalhes e na administração, entre todos os envolvidos no negócio”.
Além do comércio dos queijos, seu José e dona Noeme também são cadastrados para fornecer alimentos aos programas de alimentação escolar, como PNAE e PAA. “Fornecemos frutas, como poncã e laranja, e também raízes, como batata e mandioca, tudo em sociedade com meu irmão Vunibaldo, que também faz as entregas. Esses programas, para o pequeno agricultor, são muito bons, ajudam mesmo”, declara José.
Fiel ao consumidor
O casal em frisar sua preocupação com o produto que está sendo oferecido ao consumidor. “Buscamos ser transparentes com nossos clientes. Tem segredos que só o tempo e a experiência no setor ensinam, para deixar o produto saboroso e ter sempre o mesmo padrão de qualidade, além de ser um alimento sem produtos agressivos para a saúde”, pontua dona Noeme.
A preocupação com uma alimentação saudável e a produção ecológica se deve, também, ao desafio que dona Noeme enfrentou há 14 anos. “Estou aposentada por invalidez, depois de ter passado por um câncer de mama. E, de acordo com o próprio médico que acompanhou meu tratamento, a alimentação sempre ecológica, sem uso de químicos, foi fundamental para minha recuperação e por até hoje estar com minha saúde recuperada, muito bem. Por isso nossa preocupação em oferecer um produto assim, fazer a nossa parte para a sociedade”, destaca.