Projeto de extensão dos cursos de Direito e Pedagogia produz informativo sobre o que é a violência e como denunciar abusos.

Na tarde de terçafeira, 5, o projeto de extensão da Unioeste “Direitos Humanos: Apoio Jurídico e Educativo para as Mulheres de Francisco Beltrão” lançou a cartilha “Violência contra a Mulher: quebre este ciclo!”. O projeto une os cursos de Direito e Pedagogia, que durante um ano e dois meses promoveu oficinas com os clubes de mães do bairro Antônio de Paiva Cantelmo e Padre Ulrico. Para fechar o trabalho, a equipe desenvolveu o informativo para orientar sobre o que é a violência e como a mulher deve proceder para denunciar os abusos.
O projeto de extensão é financiado pelo programa Universidade Sem Fronteiras e conta com a Associação Deus Menino como parceira. Para a coordenadora do projeto, Sônia Maria dos Santos Marques, a cartilha é uma forma prática e objetiva de apresentar os direitos que são assegurados pela Lei Maria da Penha. “Informamos quais são os tipos de violência, como elas podem conseguir acionar os órgãos de apoio e é dirigido a todas as mulheres”, esclarece Sônia.
Muitos exemplares já foram distribuídos, mas com o recurso do projeto foram impressas 630 cartilhas. As mulheres poderão ter acesso ao informativo pelos serviços públicos, como postos de saúde e os Centros de Referência em Assistência Social (Cras).
Rede apoio

O lançamento da cartilha também teve o objetivo de fomentar a discussão sobre políticas públicas de proteção à mulher. “Nós entendemos que é necessário ter uma rede de apoio à mulher, que vai desde o serviço de assistência até a geração de renda. Nós entendemos que para colaborar para que a violência diminua vários setores precisam se integrar”, comenta Sônia.
A coordenadora do projeto ainda ressalta que é preciso que os setores públicos dialoguem e façam ações conjugadas. “Nós queremos fomentar estes diálogos e políticas públicas pra impactar mudanças sociais”, enfatiza Sônia.
O projeto defende três principais ações para Francisco Beltrão. Primeiro a criação de uma delegacia especializada para mulher. Em segundo, a manutenção de uma casa de acolhimento e em terceiro a formação de um Conselho Municipal do Direito da Mulher.
O projeto
Há alguns anos, uma mulher foi morta pelo marido no Centro de Beltrão e a professora Sônia lembra que na época as pessoas comentavam: “O que ela teria feito pra ele tomar esta atitude?”. Então Sônia refletiu que para as pessoas, o que a mulher teria feito justificaria a violência. Dessa reflexão surgiu a ideia de desenvolver um projeto de extensão que abordasse na comunidade a temática.
“Para os alunos é essencial, pois no seu processo educativo, eles precisam dessa inserção. Nós temos dois bolsistas do curso de Direito, mais dois bolsistas do curso de Pedagogia e mais dois bolsistas recém-formados em Direito e Geografia. A violência não é uma questão individual, mas sim, de políticas públicas e a universidade tem que discutir os problemas que pulsam na sociedade e este é um caso”, concluiu Sônia.