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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Chopinzinho: propriedade instala confinamento de vacas de leite e comemora resultados

 

São cerca de 60 vacas em lactação, o que representa uma
produção diária de aproximadamente dois mil litros.

 

Chopinzinho é o município do Sudoeste que mais produz leite. Segundo o VBP (Valor Bruto da Produção), do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, as propriedades que trabalham com bovinocultura leiteira no município produziram 68,7 milhões de litros em 2013. O montante representa uma movimentação financeira de aproximadamente R$ 63,2 milhões.

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Dentre todas as propriedades de Chopinzinho, uma das que mais se destaca é a Fazenda Armin. A atividade agrícola começou na família há mais de 40 anos, quando José Armin Matte, ex-prefeito já falecido, iniciou os trabalhos de uma serraria no interior do município. Mas o tempo passou e as novas gerações tomaram outros rumos dentro da propriedade. 

Dona Pierina, de 86 anos, viúva do ex-prefeito, sempre apoiou as decisões da família. Então a filha Áurea e o seu marido Vilmar Carlin resolveram começar com a produção de leite há aproximadamente 25 anos. Seus filhos cresceram a hoje ajudam a administrar a produção. Rafael cuida do sistema operacional da bovinocultura leiteira e o irmão Diego fica mais voltado à lavoura.

O formato parece ter dado certo, pois hoje são mais de 60 vacas em lactação na propriedade. Tendo em vista que cada vaca produz, em média, 35 litros de leite por dia, Rafael e seus funcionários trabalham com cerca de 2 mil litros a cada 24 horas. “Agora estamos em um período de inverno, a produção cai um pouco. O normal é termos 70 a 80 vacas em lactação”, comenta Rafael, que tem uma rotina agitada por conta da produção.
 
Confinamento do gado

Há seis meses, Rafael Carlin implantou o sistema de confinamento free-stall em sua propriedade. As vacas ficam em um galpão coberto, com ventiladores, cama individual. Ou seja, elas não saem mais para o pasto, como acontecia anteriormente. “Quando não tínhamos o confinamento, usávamos cerca de três alqueires para as vacas dormirem. Nos valores de hoje em dia, um terreno como esse vale muito, então preferimos confinar os animais, para aproveitar melhor o espaço e aumentar a produção”, comenta Rafael, que está satisfeito com os resultados obtidos até o momento. 

“Acho que o confinamento é uma tendência para a região, pois há um maior conforto para as vacas, todas têm ventilação e cama seca. Há menor índice de mastite também, porque estão sempre limpas”, acrescenta. Rafael diz ainda que todo o esterco produzido pelos animais é aproveitado na lavoura, o que aumenta também a produção de grãos. “Serve como adubo para a lavoura. Aproveitamos 100% do esterco das vacas confinadas e 30% do gado jovem, que fica nos piquetes.”
No sistema free-stall, a vaca se levanta apenas para se alimentar, passa o restante do dia deitada e se levanta novamente para ordenhar. “Melhoramos a qualidade do leite também e, por consequência, estamos recebendo mais pelo litro produzido. Está valendo a pena o investimento, pois gastamos menos com medicamentos”, enaltece.
 
Melhoria genética
Desde que a Fazenda Armin iniciou a atividade na produção leiteira, houve preocupação no melhoramento genético. Mas desde 1995 os produtores estão utilizando o acasalamento direcionado para melhorar as novas gerações das vacas. “Cada animal recebe um monitoramento individual. Aí se vê os defeitos da mãe para combinar com o sêmen adequado. Assim, a filha vem melhor que a mãe. Claro que genética não é matemática, mas dá certo na maioria das vezes. Os resultados são expressivos”, compara Rafael, que está sempre antenado às novidades do setor.

Referência
A Fazenda Armin é uma referência para a região, pois todos os anos acaba servindo como modelo para visitas técnicas de alunos e outros produtores. “Sempre vem o pessoal do Senar, da Casa Familiar Rural ou até outros produtores também. O que chama a atenção é o confinamento, pois ainda há uma resistência muito grande no Sudoeste. Mas como nossa região está entrando em um limite de produção por espaço de terra, o free-stall é uma grande alternativa”, argumenta.

 

Galpão de confinamento free-stall da Fazenda Armin, que recebe todos os
anos visitas técnicas de alunos e produtores.

 

 

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