
A baixa umidade do ar, somada aos ventos fortes, a vegetação ressecada e os picos de calor durante o dia são fatores que contribuem para o aumento de incêndios em vegetação em áreas urbanas e rurais nessa época do ano. Por isso, a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) alertam a população para que contribua no trabalho de prevenção de incêndios e atente com relação ao manejo do fogo.
Comparado ao ano passado, o Estado registrou menos ocorrências no mesmo período do mês (de 1° a 7 de agosto). Enquanto em 2013 o Corpo de Bombeiros registrou 829 incêndios, neste ano ocorreram 257 casos que atingiram cerca de 50 hectares. A diferença nos registros se deve ao fato de que no mês de julho do ano passado nevou em algumas regiões do Estado, contribuindo para que a vegetação ficasse ainda mais seca.
No mesmo período de 2014, o Estado registrou uma das maiores incidências de chuvas da sua história, que contribui no sentido oposto. “Mas nós não precisamos ter um dado como o de 2013 para trabalhar na prevenção”, afirma o capitão PM Eduardo Pinheiro, da Defesa Civil do Paraná.
Segundo dados do Sistema de Registro e Estatísticas de Ocorrências no Paraná (SysBM), em 2013, o Corpo de Bombeiros de Francisco Beltrão registrou 21 ocorrências em julho, e no mês de agosto do ano passado, até o dia 18, foram registradas 30 ocorrências de incêndio. Em 2014, não foi registrado nenhuma solicitação no mês de junho, no mês de julho foram cinco ocorrências e até o dia 18 de agosto desse ano o Corpo de Bombeiros já recebeu 15 ocorrências de queimadas.
O Corpo de Bombeiros de Pato Branco registrou, no mês de julho de 2013, 20 ocorrências de incêndios ambientais, enquanto em julho deste de ano foram 17. Em relação ao mês de agosto, até o dia 18 do ano passado foram registradas 27 ocorrências e este ano, do início do mês até ontem, houveram 20 ocorrências.
A 2ª tenente Débora Kolossoskei, do 3° Subgrupamento de Bombeiros Independente (SGBI), comenta que no início deste mês está havendo bastante ocorrências de incêndios devido ao clima seco. “Por causa do clima, a vegetação fica mais propensa a queimadas nesta época do ano e também facilita a propagação do fogo. Se for fazer queimada por utilização do terreno, o ideal é que as áreas sejam isoladas por quadrados para que se tenha o controle do fogo, o indicado é que procure orientação sobre isso. Mas, no caso do pessoal que coloca fogo em lixo na área urbana, isso é crime”, alerta a tenente.
Queimadas de vegetação precisam de autorização
O IAP alerta que provocar incêndios em vegetação nativa sem a devida autorização e o conhecimento de órgãos ambientais competentes é considerado crime ambiental. Nesse caso, o dono do terreno ou pessoa responsável pelo manejo do fogo pode sofrer as sanções previstas na Lei de Crimes Ambientais e receber multas que variam de acordo com a área queimada.
Unidades de Conservação: O IAP é responsável por 68 unidades de conservação em todo o Estado e para diminuir o número de ocorrências por incêndios em vegetação, os parques estaduais contam com o Plano de Prevenção e Combate ao Fogo.
Esse plano envolve funcionários do IAP, Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental e iniciativa privada. “Nossas unidades são relativamente grandes e por isso é necessário o envolvimento de moradores e produtores rurais do entorno delas que, ao perceber qualquer princípio de fogo, comuniquem imediatamente ao representante da
Defesa Civil do município, IAP ou Corpo de Bombeiros. Essa estratégia contribuiu muito no passado e continua contribuindo”, lembra o presidente interino do órgão, Luciano Marchesini.