Categoria tem reunião hoje com Seju e pode deflagrar greve geral nos próximos dias.
O Sistema Penitenciário do Paraná coleciona mais uma rebelião. A “bola” da vez agora foi a Peco (Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste). O motim teve início às 15h de quarta-feira e terminou ontem, 11, por volta das 9 horas. Cerca de 60% da unidade foi destruída. Um agente foi feito refém. O servidor foi encaminhado para o hospital da cidade com ferimentos. O Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná) está dando todo o acompanhamento necessário ao trabalhador.
De dezembro pra cá, já aconteceram 18 rebeliões e 27 agentes penitenciários foram feitos reféns. Um número extremamente preocupante e que o governo insiste em ignorar. “O Sistema Penitenciário do Paraná está vivendo uma das suas piores crises. Devido à falta de investimento, e com o crescimento da população carcerária no Estado, uma hora a bolha iria estourar. Tivemos o ápice dessa crise na rebelião em Cascavel, dias atrás. Infelizmente, o poder público não deu a devida atenção a esse setor”, afirma Antony Johnson, presidente do Sindarspen.
Segundo ele, o sindicato denuncia os problemas das penitenciárias há anos e nada é feito. “Não é de hoje que o sistema necessita de uma atenção especial. Não há mágica para solucionar os problemas. É preciso construir novas unidades e contratar agentes penitenciários e funcionários técnicos, como médicos, dentistas, advogados, psicólogos, entre outros. Além disso, nenhuma penitenciária foi construída nos últimos anos, a alimentação é péssima e os presos não recebem kits de higiene o suficiente”, relata.
O sindicato tem uma reunião agendada hoje com a Seju (Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos). A categoria vai reivindicar melhorias emergenciais no Sistema Penitenciário. Dependendo do resultado do encontro, os servidores podem decidir por greve geral, durante assembleia, que será convocada nos próximos dias.