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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

“Grupos econômicos também foram responsáveis pelo golpe de 1964”, diz Calil

 

Público, formado por alunos e professores, assistiu a palestra sobre ditadura militar. 

 

O professor doutor Gilberto Calil, da Unioeste de Marechal Cândido Rondon, foi o palestrante de abertura da 14ª Semana Acadêmica do curso de História da Unipar, unidade de Francisco Beltrão, que neste ano tem como tema: “50 anos do Golpe Militar no Brasil – Memórias e Espectros.”

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A palestra foi realizada no auditório da Amsop com a presença do diretor do campus, professor Claudemir José de Souza, do coordenador do curso de História, professor Odair Geller, além de docentes, alunos do curso e professores da rede estadual de ensino.

Ele abordou os eventos mais importantes que marcaram o período da ditadura no país, sob o tema: História e Historiografia do Golpe de 1964. Segundo Calil, o golpe foi uma resposta ao momento de crise do capitalismo brasileiro e provocou a concentração de renda, recessão econômica e contração salarial. “Isso tudo ajuda a pensar que não são só os militares os responsáveis pelo golpe, mas também os grandes grupos econômicos que ganharam muito com a ditadura.” O professor e historiador disse que todas as grandes empreiteiras brasileiras surgiram ou se fortaleceram durante o período do autoritarismo. “Todos os grandes jornais não só participaram, como defenderam o golpe.”

Calil salientou ainda que a maneira como os militares conduziram a abertura democrática teve como objetivo impedir uma redemocratização ampla, por isso foram deixados alguns legados como o Serviço de Informação, a militarização da polícia e a Lei de Segurança Nacional. “Essa lei, por exemplo, criminaliza protestos e movimentos sociais e estava engavetada desde 1982. Só voltou a ser utilizada em 2013, nas séries de protestos que aconteceram no país.”

Ao contrário do que ocorreu no Brasil, a Argentina, disse ele, promoveu um ajuste de contas mais profundo, colocando na cadeia até mesmo ex-presidentes do período da ditadura militar. Já na região Oeste e Sudoeste do Paraná, Calil disse que há uma memória predominante de que a região apoiou o golpe, “mas na prática vários movimentos camponenses reagiram, porém, com a repressão, a resistência foi silenciada”.

Lançamento livro
A Semana Acadêmica de História segue até sexta-feira, com debates, palestras e filmes históricos. No encerramento, haverá o já tradicional lançamento do livro “História: Abordagens Culturais e Poder”. Na sequência, haverá apresentação musical dos alunos e jantar com culinária típica brasileira. 

Segundo o coordenador do curso, professor Odair Geller, o livro aborda as relações de poder no período da ditadura militar na produção cultural e história regional. A produção é uma parceria com a Editora Jornal de Beltrão, através do projeto Sudoeste em Livros.

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