
Dirigentes de duas cooperativas de crédito do Sudoeste do Paraná elogiaram as medidas anunciadas terça-feira, 18, pelo Banco Central e Conselho Monetário Nacional (CMN) para o setor. A decisão visa à melhoria das condições de acesso a fontes de financiamentos, das regras sobre requerimento mínimo de capital, das normas sobre auditoria e governança e das condições para que as cooperativas funcionem como sociedades garantidoras de crédito para as micro e pequenas empresas. O BC colocará em discussão essas propostas em audiências públicas.
João Manfroi, presidente da Cooperativa de Crédito Sicoob Vale do Iguaçu, considera importante as alterações apresentadas, “principalmente no que se refere à nova modalidade de captação pelas cooperativas de crédito, das ‘letras financeiras’, proposta de fortalecimento do capital social, formas de auditoria e governança, maior participação dos associados nas decisões, sustentabilidade e qualidade da gestão”.

“Percebi muita preocupação com as micro e pequenas empresas para que tenham acesso facilitado ao crédito, e aí entra a Sociedade Garantidora de Crédito, que são cinco no Paraná, das quais uma no Sudoeste, com sede em Francisco Beltrão, que é a Garanti Sudoeste, que tem como presidente o Ademir Preto Arisi e que opera em segundo lugar no Estado”, frisa.
O presidente do Sicoob Vale do Iguaçu ressalta que o BC deverá alterar ou incluir nova segmentação de cooperativas. “O crescimento das cooperativas de crédito nos últimos anos foi de grande impacto no setor financeiro, daí a necessidade de normatização para melhorar ainda mais este segmento”, observa.

Um marco
Alzimiro Thomé, presidente do Sistema de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária (Cresol), também destaca a medida como importante. “Certamente é um marco para o cooperativismo de crédito; são importantes medidas que propõem um crescimento e desenvolvimento de um setor que a cada dia ganha mais representatividade no cenário econômico.”
Ele acrescentou que “a Cresol, um sistema que em 2015 comemora 20 anos, prepara-se para esses avanços, estimulando cada vez mais as discussões e participações do quadro social na educação financeira e cooperativa, ações de sustentabilidade, prestação de contas e transparência, e qualidade da administração estratégica com destaque em ações para o fortalecimento da governança cooperativista com discussões e avanços em uma gestão participativa, onde todas as instâncias são contempladas”.
Crescimento do setor
Adriano Michelon, diretor-financeiro da Confederação das Cooperativas Centrais de Crédito Rural com Interação Solidária (Confesol) e membro do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito, comentou que “o cooperativismo de crédito está em constante desenvolvimento e, por meio das medidas apresentadas pelo Conselho Monetário Nacional e o Banco Central, busca-se cada vez mais o fortalecimento do setor diante do Sistema Financeiro Nacional, onde as cooperativas têm um crescimento nos últimos anos, passando a interferir na economia local”.
O diretor da Confesol acrescenta que, “diante desta realidade, o Bacen está estruturando novas medidas que tratam da melhora das condições de acesso a fontes de financiamento, das regras sobre requerimento mínimo de capital, das normas sobre auditoria e governança e das condições para que as cooperativas atuem como Sociedades Garantidoras de Crédito, onde vemos importantes avanços e adaptações para que cada vez mais possamos profissionalizar a nossa atuação junto aos cooperados”. (*com informações das assessorias)