Distribuidoras sofrem com o desabastecimento. Resto de estoque em Dois Vizinhos deve terminar nessa tarde.
Com uma semana de paralisação dos caminhoneiros, o desabastecimento de gás se tornou uma realidade assustadora em toda a região. O gás de cozinha já falta na grande maioria dos municípios e diversas distribuidoras estão reservando gás industrial apenas para os hospitais.
Em Francisco Beltrão, as empresas continuam torcendo por uma liberação rodoviária que permita o reabastecimento. Angelo Stella Junior, da Stella Gás, conta que os caminhões estão chegando devagar, aproveitando-se de cada pequeno bloqueio, “se tivermos muita sorte, podemos receber gás hoje”.
Fernando Alberton, proprietário da Comércio de Gás Alberton de Dois Vizinhos, afirmou que o pouco gás que a empresa ainda possui só deve durar até o meio-dia. “Até agora não faltou, mas dessa tarde não passa, e não sabemos quando vamos receber mais, porque as entradas da cidade não estão abrindo”. Fernando acrescenta que já teve de fornecer para hospitais e restaurantes de outros municípios, mas de maneira racionada.
No restante da região a situação alcançou nível crítico. Em Salto do Lontra, o proprietário do Supermercado Manfrói, Ildo Manfrói, afirma que o gás terminou na cidade inteira já no começo da semana. “Estamos zerados aqui. Se a greve não terminar até o fim de semana, não sei como vai ser. Vai faltar tudo. E está assim na região inteira!”.
Em Ampere, Nelci Fernando Nunes, da Liquigás, relata o desespero da população. “Já faz uns quatro dias que estamos sem gás e sem previsão de reabastecer. As pessoas estão sem nada, cozinhando fora de casa, dá dó do desespero do povo”. Nunes comenta que o pouco de gás restante está reservado para o hospital, mas que não deve durar mais uma semana. “A gente queria pedir para os caminhoneiros abrirem as rodovias pelo menos para o gás. Não é por lucro, é pelas pessoas, tem gente doente e crianças pequenas que precisam disso. Não dá pra ficar sem gás”.
