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Francisco Beltrão
quarta-feira, 04 de junho de 2025

Edição 8.218

04/06/2025

Equilibristas de responsabilidades

Equilíbrio

O olhar do equilibrista nunca desvia dos pratos que circulam pelo ar. Ele precisa ficar atento aos movimentos para que nenhum caia. Sabe-se que se um deles ir para o chão, automaticamente os outros estão correndo risco também. Mais pratos vão sendo alcançados, e assim, o malabarista prova a sua habilidade. Se substituirmos os pratos por responsabilidades, temos aqui uma ótima metáfora para a vida.

Quando recém-chegados, não há nada para darmos conta. Os bebês estão absorvidos por uma total falta de compromissos. Os anos vão passando e surge o primeiro desafio: a escola. Se fossemos nos imaginar como um equilibrista, a sala de aula é o primeiro prato que passamos a jogar para o alto. Enquanto é apenas um, fica fácil de brincar lá na rua ou jogar vídeo game.

Na adolescência, as trocas de olhares começam e nos apropriamos da capacidade de sentir paixão. E, desta forma, vamos nos aprimorando na arte do malabarismo. Com o amor, também vem responsabilidade. Por mais que buscamos refúgio ao escolher alguém para dividir nossas sensações, você também estabelece ali um compromisso.

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Os próximos deveres são evidentes: trabalho, família, boletos, cuidados com a saúde e por aí vai. O problema é que, quando menos esperamos, surgem alguns pratos que não são exatamente nossos. Até as atividades prazerosas, que jamais deveriam ser consideradas uma obrigação, lutam por um espaço na agenda. E aí, aquele olhar que deveria também passear por outros lugares, fica compenetrado somente no que está ali em cima. Equilibrando tudo para não despencar.

Não há problema algum em ser um equilibrista. A metáfora é coesa. Se olharmos para nossa vida e não detectarmos algo para ser equilibrado, também aí reside um impasse. O que acabamos esquecendo é que os pratos são muitos, porém, possuímos apenas duas mãos. Tão importante quanto as responsabilidades, está a habilidade de decidir quais delas fazem sentido para nós. Esta é a única saída para que, ao administrar as obrigações, também seja possível aproveitar os momentos de tranquilidade que a vida tem para oferecer.

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