“Precisamos devolver o tempo de brincar da Educação Infantil na pré-escola e contaminar o início do Ensino Fundamental com brincadeiras da educação infantil.”
Há muito tempo atrás tínhamos a visão mecânica e de repetição para a aprendizagem das crianças no meio escolar. Com muito estudo e pesquisa a rota da aprendizagem foi mudando seu traçado e a visão dos métodos foi sendo aprimorada e a busca sempre foi em melhorar a educação em geral. Com a mudança de procedimentos utilizados pelos profissionais da educação, a aprendizagem foi sendo moldada aos termos que temos hoje, mas, com um olhar de maneira crítica aos métodos de ensino é possível perceber que bem a fundo, pouca coisa realmente mudou. A escola continua com carteiras enfileiradas, então, será que estas mudanças todas realmente chegaram à prática do ambiente escolar? A pandemia veio para nos escancarar a necessidade urgente de mudança. Desta maneira, ao tomarmos como base o documento atual que norteia a atuação de ensino da Educação Infantil é possível perceber uma valorização dos momentos que a criança passa dentro do espaço escolar, um grande passo para educação nesta mudança que saiu de conhecimentos fragmentados para o conhecimento como um todo. Mas a mudança efetiva só acontece quando professor procura repensar e ressignificar sua maneira e busca a aproximar o máximo possível do que base nacional comum propõe para a educação infantil. Contudo, há uma inquietação quando se refere à antecipação da alfabetização, cria-se uma ruptura da educação infantil para o Ensino Fundamental. Para a alfabetização acontecer com fluidez é necessário que o cognitivo da criança esteja preparado para receber todas as informações da prática de escrita e leitura. Esta maturação só acontece quando a criança é preparada na fase da educação infantil. Então se percebe o quanto inseparáveis são estas duas fases, mas que cada uma precisa desenvolver habilidades que são fundamentais para que a próxima seja adquirida sem traumas. Uma alfabetização precoce trás anulações na própria aprendizagem, se torna mecânico, sem admiração pelo que está a fazer e pode podar suas capacidades. Há muita cobrança pelas próprias famílias de que as pastas de atividades precisam retornar para casa sempre cheias, caso contrário a visão é de que nada foi feito, e muitos professores acabam cedendo para esta cobrança. A criança aprende, e aprende muito nos momentos de brincadeira, não podemos tirar este momento dela de ser criança e ainda assim desenvolver suas habilidades. Sabemos que a expectativa de vida aumenta gradativamente, estamos apenas ganhando anos de velhice, não estamos estendendo o mesmo tempo acrescido, para a possibilidade de a criança ser criança, será que realmente estamos ganhando? A educação infantil é o momento de encantamento com as descobertas de mundo, é obrigação de nós adultos, possibilitar a compreensão deste universo e oferecer a elas a oportunidade de aprendizagens que realmente tenham algum significado, este trabalho demanda dedicação e muito esforço e a escolas com as famílias precisam estar com seus objetivos alinhados a fim de trilhar na mesma direção. Ensinar e educar não são tarefas fáceis e demandam de muito esforço e diligência.