Um filme de espiões que não tem um multimilionário megalomaníaco querendo um genocídio ou chantageando o mundo. Tem, sim, uma trama que cativa pelo imbróglio que apresenta.
A referência para filmes de espionagem é a franquia 007, mas existem vários outros títulos menos glamourosos que merecem nossa atenção. Podem não ser tão espalhafatosos e pirotécnicos quanto os do senhor Bond, mas, muitas vezes, tem uma história muito melhor. É o que acontece com “Jogo de Espiões”.
Dirigido pelo finado Tony Scott (“Top Gun”, “Inimigo do Estado” e “Um tira da pesada 2”), irmão do afamado Ridley Scott (“Alien” e “Blade Runner”), não tem um multimilionário megalomaníaco querendo um genocídio ou chantageando o mundo. Tem, sim, uma trama que cativa pelo imbróglio que apresenta.
Nathan Muir, interpretado por Robert Redford (“Golpe de Mestre”, “Butch Cassidy” e “Leões e Cordeiros”), é um veterano agente da CIA que é acordado para seu último dia de trabalho por uma situação delicada, criada por um ex-pupilo e grande amigo.
Tom Bishop, encarnado por Brad Pitt (“Corações de Ferro”, “O Homem que mudou o jogo” e “Seven – Os sete crimes capitais”), quebrou o rabo em três pedaços e perdeu a parte do meio ao tentar executar uma missão não autorizada em plena China.
A quizila diplomática, e midiática, faz o governo norte-americano iniciar uma investigação urgente para decidir se larga o peão pras cobras ou não. Importantes relações comerciais estão em jogo e Muir é convocado para ajudar. O problema é que ele gostaria de ajudar seu brother e não a agência. Mas, como?
Correndo contra o tempo, enquanto um amigo apanha numa prisão chinesa, ele precisa usar sua experiência, jogar com informação e desinformação para evitar uma execução. A opção de renegar Bishop e abandoná-lo parece lógica, mas Muir complica as coisas e prolonga os trabalhos e seu derradeiro dia em Langley.
A forma inteligente como os diálogos são montados e eventos passados são apresentados em flashbacks, cria um clima bem interessante e um enredo que não ofende o espectador, embora algumas coisas pareçam improváveis.
Afinal, não custa fazer certas pequenas concessões para ajudar o filme a nos divertir. Realista demais pode ser muito chato. Essa é uma produção honesta e bem trabalhada, que merece uma olhadela descompromissada.
Jogo de Espiões
(Spy Game)
EUA – 2001
Direção: Tony Scott
Roteiro: David Arata, Michael Frost Beckner
Elenco: Brad Pitt, Robert Redford, Catherine McCormack, Stephen Dillane, Larry Bryggman, Michael Paul Chan, Marianne Jean-Baptiste, Ken Leung, David Hemmings, Ági Bánfalvi, Zoltán Benkóczy
Produção: Douglas Wick, Marc Abraham
Fotografia: Daniel Mindel
Trilha Sonora: Harry Gregson-Williams
Duração: 2h 7 min.
Orçamento: US$ 92 milhões
Classificação: 12 anos