Para os deputados Wilmar Reichembach (PSC) e Nelson Luersen (PDT), a polêmica entre o governo do Estado e os servidores em greve não se traduz numa crise entre o Palácio Iguaçu e a Assembleia Legislativa.
“Não é uma crise entre o governo e a Assembleia, mas do governo com os servidores do Estado, e que refletiu na sociedade e também na Assembleia, onde o governo viu reduzida a sua base de apoio”, disse Reichembach.
“Acredito que não existe, rigorosamente, uma crise política entre o governo e a Assembleia Legislativa. A base do governo é ampla e vota sistematicamente a favor deste sem contestar os projetos propostos; esta base é composta por um número de deputados estaduais superior e é responsável pela aprovação dos mais diversos projetos que passam em votação sem, muitas vezes, sequer considerar a opinião da sociedade organizada do nosso Estado”, assinalou Luersen, de oposição.
O assunto do momento continua sendo a greve dos servidores. Nesta semana, a bancada situacionsta do PSC – 12 cadeiras – se posicionou pelo reajueste de 8,17%, contra os 5% propostos pelo governo. “Vejo que a partir desse ponto força-se a retomada do diálogo para um acordo e principalmente para a retomada imediata das aulas e isso, nesse momento, acredito que e o desejo de todos”, comentou Reichembach. Luersen defende a posição dos servidores.
Questionados se veem “partidarização” no comando sindical, os deputados deram respostas opostas.

a base do governo é ampla e
vota rigorosamente a favor, sem contestar”.
Luersen: “No Brasil, a representatividade esta necessariamente ligada, por força da Constituição Federal, ao partidarismo. É natural, por isso, que líderes, dos mais diversos segmentos filiem-se a uma ou a outra ideologia político-partidário, o que não retira a legitimidade dos movimentos por eles intentados. Os sindicatos, neste sentido, não são diferentes. Sabemos, por exemplo, que o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Sudoeste do Paraná é comandado por pessoas que, em sua maioria, são ligadas ao Partido dos Trabalhadores, o que não vinculava, entretanto, todos os associados. O mesmo ocorre com os sindicatos dos servidores públicos, já que seus dirigentes, enquanto funcionários, ligam-se, de forma inerente, a partidos defensores da causa trabalhista. Assim, serem os comandantes dos sindicatos integrantes de partidos políticos não significa dizer que o sindicato, como um todo, siga as ideologias implementadas nestes partidos. As principais decisões e políticas adotadas por estes sindicados são definidas de forma coletiva, mediante sssembleia, onde todos os associados tem direito a voto”.
Reichembach: “Todos os segmentos envolvidos, sindicatos, Executivo e Legislativo têm seus partidos. Nesse jogo podemos ver, mesmo na oposição, pessoas querendo ajudar a construir saídas. Porém, muitos fazem o jogo exclusivamente político e isso não contribui em momentos de crise. No caso específico da greve na educação, todos precisariam agir com muita responsabilidade, pois o prejuízo para as famílias e muito grande. Entendo que um sindicato que representa uma categoria composta por uma pluralidade de tendências e ideologias não deveria ser partidária, mas isso acontece de forma muito clara”.
