Conforme a lei, não pode haver plantas verdes por 90 dias. Prazo encerra em 15 de setembro.

mais de 80 mil toneladas no Sudoeste.
Iniciou ontem o período oficial do vazio sanitário da soja em todos os municípios paranaenses. A medida segue o que determina a lei n° 11.200/1997, instituída e regulamentada pelo Paraná através da resolução n° 120/2007, que exige o período de 90 dias sem a presença de plantas verdes nas lavouras. O objetivo é evitar a disseminação de doenças, principalmente da ferrugem asiática, uma das mais agressivas.
Conforme relatos de agricultores, diversas lavouras da região sofreram ataques da ferrugem neste ano. O engenheiro agrônomo Edson Marcos Maurício, fiscal e supervisor regional da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) de Francisco Beltrão, afirma que o vazio sanitário feito adequadamente não garante a total extinção do fungo, mas ajuda a retardar a incidência, evitando situações mais críticas. “A medida é feita com base em pesquisas, que mostraram que, se respeitados os 90 dias, a possibilidade de ataques é menor, normalmente mais tardia, no final do ciclo, e isso representa menos perdas, menor utilização de agrotóxicos e menos riscos ao meio ambiente”, ressalta.
A partir de agora, toda a equipe de fiscais da Adapar irá observar com atenção as propriedades rurais durante suas saídas a campo. O produtor que for flagrado desrespeitando a determinação receberá auto de infração e pode até ser multado. “Nossa preocupação é apenas com a planta viva, ainda verde. Se a planta estiver seca, o fungo não sobrevive mais. Aí a importância de se evitar as perdas de grãos nas colheitas de soja, regulando bem as máquinas, pois esta soja guaxa que germinou, além de ser dinheiro jogado fora, pode hospedar a ferrugem e causar sérios danos na safra seguinte”, alerta Edson.
Safrinha excelente
O início do vazio sanitário marca também o encerramento da safrinha de soja. No Sudoeste, de acordo com o Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Deral/Seab), a colheita já foi totalmente finalizada e os índices foram bastante positivos.
Os relatórios oficiais ainda não foram finalizados, mas os resultados devem seguir as previsões. No Sudoeste, segundo o Deral, a safrinha de soja ocupou uma área de mais de 33 mil hectares – 16.300 hectares nos 27 municípios da regional de Beltrão e 20 mil hectares nos 15 municípios da regional de Pato Branco. Além de um aumento na área com relação à safra passada, houve também crescimento de produtividade e maior qualidade dos grãos.
Para o engenheiro agrônomo Josemar Fonseca, do Deral de Pato Branco, o clima foi determinante e o crescimento da área de cultivo ocorreu em função da significativa redução na área de feijão. “O clima foi muito favorável, com volume de chuvas bem equilibrado, diferente do que ocorreu na safra passada. E com uma redução de 35% na área de feijão da nossa regional, houve um bom crescimento na área de soja na safrinha atual”, relata.
Os municípios da região de Pato Branco devem atingir a média de produtividade de 2.200 quilos por hectare – em 2014, foram 1.750 quilos/ha -, totalizando mais de 44 mil toneladas do produto. Já em Francisco Beltrão, a produtividade média deve alcançar 2.300 quilos por hectare – foram 1.750 quilos por hectare na safra passada -, com produção estimada de 37 mil toneladas. “Nossa área de plantio de soja na safrinha foi 23% maior que no ano passado, com uma média de produtividade excelente. O clima foi determinante e os produtores têm investido em insumos e tecnologia”, relatou Agostinho Girardelo, técnico do Deral de Francisco Beltrão.