Produtores de melado de Capanema estiveram no período de 30 de junho a 2 de julho, juntamente com um grupo de produtores do Sudoeste organizados pela Sebrae/PR, participando em Curitiba da 1ª Mostra de Alimentos com Identificação Geográfica, que ocorreu durante a realização da 3ª Feira do Complexo Agroindustrial da Cadeia Produtiva de Hortaliças, Frutas e Flores (Hortifruti e Foods Brasil Show 2015).
O objetivo da participação no evento foi de apresentar o melado de Capanema, que através de uma parceria entre a administração municipal e Sebrae, está buscando o seu registro de Identificação Geográfica (IG).
No mercado internacional, muitos produtos são caracterizados não apenas pela sua marca, mas também pela sua qualidade, especificidade de produção ou por ser proveniente de uma determinada região geográfica. Essa indicação traz reputação, valor agregado e identidade própria, que os distinguem dos concorrentes.
No Brasil, essa tendência começa a ganhar força e o Ministério da Agricultura e o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) criaram o registro de indicação geográfica (IG) para que fique claro ao consumidor os diferenciais de qualidade e origem.
Durante o evento estiveram presentes vários chefs de cozinha, conhecidos nacionalmente e até internacionalmente, que colocaram em prática receitas que utilizam os produtos certificados com registro de indicação geográfica.
Na ocasião, Edu Guedes, chef e apresentador de televisão, experimentou o melado de Capanema e entrevistou o produtor Paulo Gossler, que explicou ao apresentador como é produzido o melado. “Eu posso usar nas minhas receitas também? É uma delícia, poxa. Eu experimentei e gostei. Muito bom”, disse Edu Guedes.
O Sebrae no Paraná apoia os produtores do setor de agronegócio na obtenção de registros que conferem indicação geográfica para produtos alimentícios. Em 2013, o Sebrae Nacional analisou 35 produtos paranaenses com potencial para obtenção de registro de IG e, desse total, dez foram escolhidos para serem trabalhados pela instituição, produtores e parceiros, com a meta de obter novos registros para o Estado.
Dentre os produtos paranaenses que buscam o registro estão a uva de Marialva, o mel do Lago de Itaipu, o melado de Capanema, os queijos de Witmarsum, a goiaba de Carlópolis, a erva-mate de São Mateus do Sul e a farinha de mandioca, a cachaça, os derivados de banana e o barreado do litoral paranaense. Esses produtores se inspiraram no exemplo dos cafés especiais do Norte Pioneiro que, em 2012, com o apoio do Sebrae, conquistaram o primeiro registro de indicação geográfica do Estado.
Todo o processo de registro e validação pelo INPI e Ministério da Agricultura pode levar até dois anos para ser concluído, após o envio da documentação. “A IG tem várias funções, que vão desde dar proteção aos produtos contra fraudes; fortalecer segmentos; até posicionar marcas diante do mercado”, disse a coordenadora estadual de Agronegócio do Sebrae no Paraná, Andreia Claudino.