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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Richa visita área atingida por tornado e diz que cenário é ”chocante”

O governo estadual informou que vai liberar R$ 3 milhões para auxiliar famílias, principalmente na compra de telhas.

 

Governador observa os estragos causados pelo tornado no aviário de Adelino Casagrande
(de chapéu), junto com o deputado Traiano e os prefeitos Gasparetto e Cantelmo Neto.

O governador Beto Richa (PSDB) esteve ontem, 16, na comunidade do Km 8, interior de Francisco Beltrão, para acompanhar os estragos causados pelo tornado da última segunda-feira. Ele chegou por volta das 12h50 no Aeroporto Municipal Paulo Abdala, acompanhado da esposa e secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, do presidente da Assembleia Legistativa, Ademar Traiano (PSDB), e foi recepcionado pelo prefeito Antonio Cantelmo Neto (PMDB). 

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que estava reunido com o governador pela manhã, em Curitiba, não conseguiu vir junto e seguiu viagem para Santa Catarina. 
A visita começou pelo condomínio Portal das Águas nos escombros da casa do produtor de hortaliças Nelson Lavorati; depois a comitiva desceu a pé – em meio à lama – até a residência do empresário Paulo Galina e, por fim, seguiu à propriedade de Adelino Casagrande, que perdeu dois aviários. Após a coletiva, enquanto as autoridades se dirigiam aos veículos, uma parte da cobertura de umas das casas desabou, causando bastante barulho.

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Major Schinda, presidente da Câmara de Vereadores, Elenir Maciel, prefeito Cantelmo Neto, vereador Cleber, governador Beto Richa, deputado Ademar Traiano e o coronel Castilho, no início da visita.

Mais cedo, no Palácio Iguaçu, o ministro e o governador anunciaram a liberação de recursos para as cidades afetadas. O governo estadual informou que vai liberar R$ 3 milhões, principalmente para a compra de telhas. O ministério se comprometeu a destinar R$ 1,6 milhão. Os estragos no interior de Beltrão impressionaram a comitiva governamental. “A cena aqui é chocante, foi devastador por onde passou este tornado”, disse Beto. 

O governador afirmou que o Estado inicialmente vai colaborar com kits humanitários de limpeza, cesta básica, higiene e dormitório, além de telhas para algumas casas que foram destelhadas. “Pedimos ao ministro [Gilberto Occhi] agilidade para decretar a situação de emergência, que facilita no aspecto legal o envio de recursos, compra de materiais e também a vinda de recursos federais que podem vir em auxílio a estas famílias atingidas em quase 60 municípios do Paraná.”
Ainda ontem deveria ser editado um decreto estadual de situação de emergência para 28 cidades paranaenses (leia na pág. 5). 
Beto destacou a parceria com as prefeituras para fazer os levantamos do que é necessário para reestabelecer vida normal nestas cidades, em especial as pessoas que foram atingidas. “Assim como tivemos, em anos anteriores, também dificuldades, temos linhas de crédito da Fomento Paraná, crédito facilitado, para pessoas do comércio e serviços, que também foram atingidos, poderem restabelecer seus pontos.”

Investimentos para prevenção
Richa mencionou investimentos na implantação de um grande radar meteorológico, na cidade de Cascavel, um dos mais modernos, que permite antecipar a previsão de fenômenos climáticos, “que no Brasil inteiro é de um dia, para três dias”. “Nós já tínhamos conhecimento de que algumas regiões seriam duramente atingias por estes fenômenos que acabaram acontecendo.” 
Além disso, Richa afirmou que o Estado fez investimentos para o desassoreamento do Rio Marrecas. “Isso aliviou sobremaneira, mas depende da intensidade das chuvas, sabemos que não resolve integralmente, por isso já temos um planejamento de uma nova ação no Rio Marrecas, no perímetro urbano, para que tenha maior capacidade de vasão de água.” 

O cenário de destruição impressionou as autoridades estaduais.

 

Cidade resiliente 
O prefeito Cantelmo Neto informou que o município ainda depende do levantamento detalhado dos prejuízos para saber se irá ou não decretar situação de emergência. “O governador Beto Richa trouxe uma novidade, que haverá a edição de um decreto estadual que abrangerá todos os municípios que foram atingidos pelas tempestades.” Neste momento, as famílias necessitam prioritariamente de telhas, pregos, lonas, cestas básicas e roupas. De acordo com o prefeito, é importante a união de todos os órgãos de segurança e da comunidade para atender as famílias vitimadas. 
Para amenizar os problemas dos alagamentos, o administrador público falou que Francisco Beltrão faz parte da política nacional de municípios resilientes (uma cidade resiliente é aquela que tem a capacidade de resistir, absorver e se recuperar de forma eficiente dos efeitos de um desastre e de maneira organizada prevenir que vidas e bens sejam perdidos), instituiu a Defesa Civil e está trabalhando na construção de lagoas de contenção para diminuir a velocidade da água, além de parcerias com o governo do Estado para limpeza da calha do Rio Marrecas. “São várias ações conjuntas que visam diminuir o impacto das cheias”, disse Neto.

O produtor Adelino, deputado Traiano, governador Beto Richa e o presidente da Amsop, Altair Gasparetto.

 

É hora de somar forças, diz Traiano

“Aterrorizante”, foi a palavra que o deputado Ademar Traiano, presidente da Assembleia Legislativa, usou ao visitar o local. “É o momento de somar forças para ajudar as famílias que sofreram com este episódio, que deixa todos nós entristecidos.” Segundo o deputado, ficou acertado com o Ministério da Integração Nacional a excepcionalidade de alguns trâmites burocráticos para agilizar a liberação de recursos para amenizar os prejuízos. Traiano disse que o projeto para a segunda etapa de desassoreamento do Rio Marrecas está pronto. “Acontece que vivemos um momento difícil economicamente, e, com o ajuste fiscal feito agora, o Estado poderá todos os investimentos na sequência. Acredito que até o final do ano, meados do ano que vem, teremos condições de fazer novos investimentos”, previu. 

“Isso aqui era um paraíso”, diz morador

O beltronense Nelson Lavorati circulava com um punhado de fotos nas mãos, mostrando como sua casa era antes do tornado de segunda-feira. Ele fez questão de entregar nas mãos do governador Beto Richa para pedir auxílio. “Isso aqui era um paraíso.” Lavorati construiu a moradia, com piscina, grama e um belo pomar há cerca de 4 anos. Acredita que o investimento tenha passado de R$ 200 mil, mas o imóvel não estava assegurado. Poucos tijolos ficaram em pé. A casa não tinha ninguém no momento que os ventos varreram a comunidade. “Eu tinha 400 pés de amora preta, três estufas que forneciam alimentos orgânicos, várias espécies de árvores frutíferas.” A venda de hortaliças orgânicas era a principal fonte de recursos do produtor. “Eu até agora não estou conseguindo acreditar. Acho que estou bloqueado, não consigo pensar ou imaginar o que vou fazer. Então quem sabe daqui uns dias a gente acorda; daqui uns dias começamos limpar lá e colocamos tudo em pé de novo.” 

Essa foi uma das casas visitadas pela comitiva do governador. 

 

Defesa Civil contabiliza 31 municípios que precisam de ajuda por causa de desastres 

O coronel Adilson Castilho Casitas, coordenador estadual da Defesa Civil e secretário chefe da Casa Militar, explicou que muitos municípios paranaenses, entre eles Francisco Beltrão, não estão atingindo o índice necessário para decretar situação de emergência, por isso o Estado deverá elaborar um único documento decretando situação de emergência em 28 municípios (sete do Sudoeste; leia pág. 5). Segundo ele, 52 municípios deram entrada no sistema e informaram que foram afetados por algum tipo de desastre. “Fizemos contatos com todos, dos quais 28 necessitam de ajuda dos governos estadual e federal.” 
Para que o Estado possa enviar ajuda precisa do decreto de situação de emergência. Destes municípios, apenas sete atingiram o índice para elaborar os decretos municipais. “Entendendo a necessidade social para atender todos e a questão legal para o Paraná liberar recursos e enviar ajuda, o governador Beto Richa tomou essa decisão de fazer esse decreto único.” 
O coronel Castilho salientou que para decretar situação de emergência, o município precisa ter registrado um prejuízo mínimo de 8,33% da receita corrente líquida do município. No caso de Francisco Beltrão, este índice fica na casa dos R$ 4 milhões. “A população foi atingida e muitas casas foram destruídas ou danificadas parcialmente, então se faz necessário que o poder público auxilie na reconstrução.”

Selvino Rizo fala com o governador Beto Richa, prefeito Cantelmo Neto (encoberto) e o deputado Ademar Traiano sobre os estragos causados.

 

 

 

 

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