Ele também defendeu que a chapa executiva seja definida somente em julho e que para o Legislativo haja uma única nominata.
Foto: Badger Vicari/JdeB
No final da tarde de quinta-feira, 30, o PP de Francisco Beltrão organizou um café com membros da sua direção e profissionais da imprensa da cidade. A fala principal coube ao pré-candidato a prefeito pela legenda, o ex-vice-prefeito Antonio Carlos Bonetti.
Ele revelou que a oposição deverá apresentar “um plano de governo antecipado”, mas sem estabelecer uma data, apenas sugerindo que será antes do período eleitoral propriamente dito – de 26 de agosto a 29 de setembro.
Disse que o plano deverá contemplar “um projeto amplo de desenvolvimento e liderança regional”. Bonetti também defendeu a diminuição dos cargos de confiança e uma gestão “marcada pela eficiência e de verdade para com a população.”
Ele declarou que na sua opinião os candidatos a prefeito e a vice da oposição deverão ser escolhidos somente a partir de julho, no calendário oficial das convenções – de 20 de julho a 5 de agosto.
Para a chapa de vereadores, ele afirmou que o melhor será todos os partidos numa única nominata. Como serão 13 cadeiras em jogo, as coligações poderão ter uma relação com 150% de candidatos a mais que as vagas. Seriam então 32 ou 33 nomes (13 + 13 + 50% de 13).
Em 2012, quando eram 10 vagas no Legislativo, a coligação Novo Milênio (PP, PSDB, PDT, DEM, PSB, PTB, PMN, PRB, PHS, PSD e PSC) se dividiu em duas nominatas, num total de 42 candidatos.
Além de Bonetti, a oposição tem outros pré-candidatos a prefeito: pelo PSD, Ademir Schwartz, pelo PDT, Jocemar Madruga, pelo PSDB, Cleber Fontana.
Luciano Spessatto também tem seu nome relacionado, mas ele perdeu o DEM nesta semana, através de uma intervenção do comando estadual. Se quiser continuar prefeiturável, deverá se filiar numa outra sigla oposicionista até amanhã, dia 2, seis meses antes da corrida eleitoral de 2 de outubro.
Críticas
Bonetti criticou a administração do prefeito Cantelmo Neto (PMDB), classificando-a como “com pouca força política.” “Beltrão perdeu a força política dos nossos deputados, a administração atual não agrega, frustrou os beltronenses, perdeu credibilidade, e isso é muito ruim, pois deixamos de ter conquistas.”
O pepista deu um exemplo do que considera o certo: na gestão do prefeito Vilmar Cordasso (PP), a conquista da UTFPR para o município e região, com o apoio compactado de três deputados de diferentes partidos – Assis do Couto (então no PT; hoje PDT), Nelson Meurer (PP) e Osmar Serráglio (PMDB).
Impeachment
Bonetti também não se furtou de comentar sobre a situação nacional, defendendo o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). “É lamentável esse momento, tudo está acontecendo numa velocidade incrível; e devido às evidências, sou a favor do impeachment, apesar de ser um momento traumático, mas o Brasil não aguenta mais três anos dessa gestão.”
Seu partido, o PP, está inclinado a defender Dilma e ser contra o impeachment no Congresso. O deputado Meurer por exemplo, defende a administração da petista. “O Meurer sempre foi governista, apoiou FHC [1995-2002], apoiou Lula [2003-2010] e apoia a Dilma, é o estilo dele”, justificou.
Suspeitas sobre Dilma
Dilma é acusada de crime de responsabilidade (é proibido que instituições financeiras públicas concedam empréstimos ou transfiram recursos ao Tesouro Nacional), crime de improbidade administrativa (por não ter punido subordinados no escândalo da Petrobrás e por ter aumentado gastos que não estavam no Orçamento, sem autorização do Congresso, quando já sabia que o governo terminaria o ano de 2014 com deficit primário).
Os crimes de obstrução da justiça – encaminhados no pedido de impeachment elaborado pela OAB -, ainda não estão sendo analisados. Também estão fora, por enquanto, as declarações do senador ex-petista Delcídio do Amaral (MS).
