Novo sistema iniciou em janeiro e mudanças têm sido estudadas, entre elas está previsto aplicativo para acompanhar os horários de ônibus.

Foto: Ligia Tesser/JdeB
No dia 1º de janeiro de 2016 começou a implantação do novo sistema de transporte público de Francisco Beltrão. A empresa Guancino Transportes Coletivos foi a vencedora da licitação e deve respeitar regras dispostas no edital elaborado pela prefeitura. Entre as mudanças estão efetivadas o aumento do número de ônibus (de 14 para 22), frota padronizada (veículos são amarelos), com acessibilidade e idade máxima de oito anos dos veículos.
Vilson Antônio Wesner, diretor de Serviço Administrativo da Secretaria Municipal de Administração, acompanha todo o processo de implantação do novo sistema. Ele ressalta que muitas mudanças estão acontecendo para a empresa se adequar às normas do edital, mas que muita coisa vai melhorar. “Por exemplo, o itinerário dos ônibus, ainda está sendo avaliado e vamos adaptando de acordo com as necessidades do usuário, por isso poderá haver mais modificações”, comenta.
Uma das novidades previstas, que deve melhorar o atendimento ao cliente, é o lançamento de um aplicativo para celular. Segundo Vilson, com o aplicativo, “os usuários poderão acompanhar em tempo real, onde o ônibus está e qual horário deve passar no ponto”.
Novos ônibus
Vilson esclarece que não há possibilidade de renovação de toda a frota de uma única vez, devido à situação econômica do País. “Mas nos próximos dias dois novos ônibus entrarão em circulação. O Muran (de Almeida, diretor-executivo da Transportes Coletivos Guancino) já trouxe a documentação desses ônibus. O contrato prevê meta a cada ano dois novos ônibus com ar-condicionado e elevadores para cadeirantes”,diz.
Passageiras apontam críticas ao novo serviço de transporte
As principais críticas de usuárias do transporte coletivo entrevistadas pelo Jornal de Beltrão foram com relação às más condições dos ônibus, mas elas também citaram pontos como superlotação em horários de pico e erro dos horários. De acordo com informações no site da prefeitura, da implantação do novo sistema novas linhas seriam incluídas, assim aumentaria a área de abrangência em 25%. Outra modificação seria uma comunicação mais eficiente, que possibilite o poder público ter maior controle sobre o transporte coletivo, com acompanhamento do Conselho Popular.
Valdete Rogério mora no Bairro Pinheirinho e usa o transporte público em geral uma vez ao mês, pois sempre vai ao trabalho de carona com o marido e quando não é possível, ela utiliza o ônibus. Ela mora em Beltrão há 20 anos e, desde então, começou a usar o transporte coletivo. “Pra mim não mudou nada, achei a mesma coisa. O sistema ainda tá novo. Para onde moro, quando pego de manhã não tenho reclamação com os horários, também porque já me planejo, então espero uns cinco minutos, mas tem a cada 20 minutos e vai direto”, conta.
Inês Laaps, aposentada e moradora do Bairro Cantelmo, vê as pessoas reclamando muito. “Os horários são os mesmos. Em frente à rodoviária tinha que passar um ônibus pelo menos a cada 15 minutos. Nós fomos à igreja e a gente ficou esperando 40 minutos. Eu cheguei aqui [no Terminal] e falei para uma moça que trabalha aqui, ela disse ‘não, não é verdade’, ela me chamou de mentirosa, mas nós estávamos mais de 30 pessoas, no ficamos lá das 16h10 e chegamos aqui 17h”, relata.
A aposentada frisa que está demorando demais para o sistema funcionar normalmente. “Quando a gente pensa que vai chegar ao ponto e logo vai pegar o ônibus, mudaram o horário ou atrasa. Pra mim tanto faz, porque eu não dependo de cumprir horário, mas as pessoas que trabalham fica difícil, né”. Inês utiliza o transporte para ir ao mercado, dentistas, consultas e acompanhar os netos.
Outro defeito que Inês levanta é que os ônibus não parecem mais novos. “Esses dias a gente estava até caindo fora, porque a plataforma da cadeira de rodas estava bem desajeitada, disseram que foi um acaso, mas eu já vi várias vezes quase acontecer acidentes”.
A diarista Simone Gisch mora no Bairro Jardim Floresta. Ela usa o transporte público todos os dias para chegar ao trabalho. “Pra mim os horários estão bons e sempre deu certo. Porém, os ônibus estão bem precários. Eu já vi a plataforma caindo, porta que não fecha, então além de precário é arriscado, ainda mais em horários de pico, então é arriscado. Notei bastante diferença nas condições das lotações, foram isso não mudou nada”, comenta.
Rosa França também é diarista e mora no Bairro Pinheirinho. “Pela manhã cedo é muito cheia de gente, principalmente a lotação 10 para as 7, porque ela pega todo o pessoal do asfalto, não apenas do bairro. A única mudança é que, conforme muda o motorista de manhã, ele muda o horário, então a gente perde a lotação, um faz o horário mais cedo e outro mais tarde”. Para Rosa, os ônibus atuais não se diferenciam muito daqueles utilizados antes de o novo sistema ser implantado.