Uso das “bikes” pode desafogar as vias públicas urbanas.

Da Alep e JdeB – O incentivo ao uso da bicicleta com foco na implantação de um sistema de mobilidade urbana sustentável pode se transformar em política pública no Paraná. Na sessão plenária de quarta-feira, 6, na Assembleia Legislativa, os deputados aprovaram em primeira discussão o projeto de lei 391/2015, do deputado José Schiavinato (PP). A proposta que teve 39 votos favoráveis autoriza o governo a instituir a Política de Mobilidade Sustentável, priorizando a utilização de meios de transporte não motorizados.
A intenção é estimular ações e projetos para melhorar as condições de deslocamento dos ciclistas, integrar as ciclovias ao transporte público urbano, promover campanhas educativas e facilitar o financiamento de projetos para implantação de novas ciclovias.
Além dos benefícios para o meio ambiente, com a redução da emissão de poluentes, o deputado destaca que o trânsito e a saúde da população também devem melhorar consideravelmente com o aumento do uso de bicicletas: “Quando você tem a implantação de uma ciclovia e tira o condutor do veículo da rua e coloca em uma bicicleta, você ajuda no estado físico das pessoas e desafoga o trânsito caótico que temos nas grandes, médias e pequenas cidades. O uso da bicicleta vai ser muito importante”.
No entanto, a matéria não detalha que incentivos serão concedidos aos municípios e grupos de ciclistas para aumentar o uso das “bikes”.
No Brasil, alta carga tributária inibe que mais pessoas possam comprar bicicletas
Mais pessoas poderiam se utilizar das bicicletas para ir ao trabalho, para o lazer e esporte se a carga tributária que incide sobre este produto fosse menor. Os impostos sobre as vendas de bicicletas são maiores que os cobrados de motos e veículos. Estimativa extraoficial é de que o IPI sobre as bicicletas fica na faixa de 45%, automóveis 35% e o ICMS das bicicletas é de 18%.
Eronei Baldo, proprietário da Pedal Bike, diz que, dependendo da marca, a incidência de impostos chega a 70%, incluindo IPI, ICMS, ISS e outros impostos e contribuições. Para ele, se houvesse a isenção do IPI (Imposto sobre a Produção Industrial), “já seria alguma coisa”.
O preço das bicicletas varia muito de modelo e marca. Os valores começam vão de R$ 400 a R$ 30 mil. Nos últimos dez anos, a frota brasileira aumentou consideravelmente. Em 2015, mesmo com a crise econômica, os dois maiores municípios da região, Beltrão e Pato Branco, chegaram a 55 mil e 53 mil veículos, respectivamente.
Em 2013, a Prefeitura de Beltrão implantou uma ciclofaixa na Rua Curitiba, entre os bairros Miniguaçu e Nossa Senhora Aparecida. Outro trecho destinado às “bikes” é a ciclovia entre os bairros Pinheirinho e Cango. Eronei Baldo argumenta que a política pública de mobilidade urbana “deveria ser mais abrangente”.
Apesar dos custos altos das bicicletas, por causa da carga tributária, em Beltrão, nos últimos anos, surgiram vários grupos de ciclistas que percorrem ruas da cidade e outros que fazem mountain bike em trilhas e estradas rurais.