Formação rochosa em Vista Alegre é uma das três cavernas deste material no Paraná.

Por Rubens Anater
Depois de informações recebidas através de moradores de Eneas Marques, sobre uma caverna no meio de uma floresta na comunidade Vista Alegre (em um lugar também conhecido como Linha Menegat), o professor Cláudio Loes, especialista em Educação Ambiental em Francisco Beltrão, resolveu investigar.
Em contato com o dono da propriedade, Renato Bitencourt, o professor descobriu que a caverna de fato existe, e até então não estava registrada junto ao Cadastro Nacional de Cavernas do Brasil. Em conversa com a Sociedade Brasileira de Espeleologia (que faz estudo de grutas e cavernas naturais), o professor falou com o especialista mais próximo: o professor Angelo Spoladore, doutor em Geociências da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
A partir disso, o especialista decidiu visitar o local, acompanhado por mais três alunos do curso de Geografia da UEL, para fazer a prospecção e mapeamento da caverna, nos dias 22 e 23 – sexta e sábado da semana passada.
A Caverna do Pau Oco, como foi batizada pela proximidade com a Cachoeira do Pau Oco, não é muito grande. Ela possui cerca de 10 metros de profundidade, 2,5m de largura e uma altura que fica geralmente entre 60 cm e 1 metro. Poucos locais da caverna possibilitam que uma pessoa adulta fique em pé.
Segundo Cláudio, com base no levantamento, as informações serão tratadas pela equipe da UEL para oficializar o registro da caverna com seus dados e mapas, bem como permitir maiores estudos sobre a mesma.
O professor Angelo ainda acrescenta que a caverna “é um prato cheio para o turismo”, por ficar próxima de uma cachoeira. Além disso, a descoberta pode ser aproveitada na educação ambiental.
Cavernas de basalto
A caverna em Eneas Marques não é uma formação comum. “O basalto é uma rocha ígnea (rochas formadas pelo resfriamento do magma de vulcões) que dificilmente chega a formar cavernas”, conta o professor Angelo. Segundo ele, existem apenas três deste tipo cadastradas no Paraná.
Uma dessas três foi descoberta por Angelo, é muito parecida com a de Eneas Marques e fica no município de Mandaguari. A terceira fica próxima a Guarapuava e é bem maior do que as outras duas. Além disso, o professor comenta que a tendência é encontrar mais cavernas semelhantes na região, porque a formação não acontece a esmo e deve se repetir em outros locais.