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Francisco Beltrão
quarta-feira, 18 de junho de 2025

Edição 8.228

18/06/2025

Alunos de Verê se manifestam pela preservação do Rio Tigre

Passeata pela cidade pediu conscientização para que as pessoas não jogassem mais lixo e esgoto dentro do rio, que atravessa a cidade.

 

Alunos do Colégio Arnaldo Busato pediram a conscientização da população para preservar o rio. “A gente quer colocar na cabeça das pessoas que a água não se fabrica, que o rio é importante”, disse a aluna Gabriele Regina Pilonetto.
Foto: Rubens Anater/JdeB

 

Por Rubens Anater
Desde quando era aluna nas escolas de Verê, Cleunice Veiga ouve que o Rio Tigre corre perigo. O rio atravessa a cidade e há anos sofre com a destinação incorreta do lixo e, principalmente, do esgoto. “Eu acredito que 60% das pessoas jogam o esgoto nas bocas de lobo, que dão direto no rio”, diz Cleunice.
Hoje ela é professora de Geografia no Colégio Arnaldo Busato, e resolveu lutar pelo rio que marcou sua infância. Assim, com apoio da empresa Insuagro, do Rotary e da Prefeitura, Cleunice e outros colegas professores mobilizaram o colégio no “Projeto Rio Tigre”.
O projeto teve duas etapas. Na primeira, Rotary, Insuagro e o Colégio trabalharam com limpeza do rio e distribuição de mudas, dentro do projeto do Rotary “Verê mais limpo e arborizado”. Já na segunda etapa, que aconteceu na manhã de ontem, 3, alunos e professores do colégio saíram em passeata pela cidade, com panfletagem e discursos, declarando a importância do rio para a cidade.
A data foi escolhida por essa ser a semana do Meio Ambiente. “O objetivo é que as pessoas despertem um novo olhar pro Rio Tigre. Que realmente olhem pra ele e mudem seu modo de agir”, comenta a professora. Para isso, os alunos levaram panfletos até as casas das pessoas durante a passeata e aproveitaram para conversar, apresentar as possibilidades e a importância do rio para a cidade.
A aluna do 3º ano A do Colégio Arnaldo Busato, Gabriele     Regina     Pilonetto, concorda com a professora.  “A gente quer colocar na cabeça das pessoas que a água não se fabrica, que o rio é importante e que a gente deve ter consciência de que temos que cuidar do rio”, afirma.
A turma do 3º ano acompanhou a passeata, animando com músicas no violão e ajudando a conscientizar com discursos sobre como a poluição no meio ambiente pode gerar um ciclo de destruição da fauna e da flora.
Opções para o esgoto
Segundo a professora Cleunice, o esgoto jogado nas bocas de lobo é o principal problema do Rio Tigre dentro da cidade. E esse problema nasce no fato de que Verê não possui um sistema de tratamento de esgoto e saneamento básico que dê conta dos dejetos da cidade.
No entanto, a construção de um sistema completo de esgoto em uma cidade do porte do Verê é quase inviável – pelo menos por enquanto. O prefeito Adão dos Santos (PROS) comenta: “Ainda não existe o trabalho de saneamento básico aqui, principalmente pelo custo. Nós até já fizemos o projeto, mas o tratamento em si passa de R$ 6 milhões”.
Enquanto não existe essa verba, há outra opção: a construção de fossas com caixas sépticas. E Cleunice conta que foi com os alunos até a prefeitura e o prefeito disponibilizou o poder público para ajudar nessas obras, mas as pessoas precisam procurar a prefeitura para identificar que precisam dessa ajuda.
E o prefeito confirma, apoiando a manifestação: “A Prefeitura realmente está com essa preocupação da qualidade de vida, do meio ambiente e mais precisamente a questão da proteção do Rio Tigre. Tanto se fala em meio ambiente, tanto se fala em qualidade da água, e muitas vezes nós esquecemos de proteger a água que está tão próxima de nós”.
Adão ainda acrescenta: “Cada pessoa deve fazer o tratamento da sua fossa, porque tem mecanismos muito simples para isso e o município está à disposição para orientar e também para apoiar as pessoas que estão comprometidas com essas questões ambientais”.

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