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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Mais seis órgãos e tecidos são doados após morte cerebral no Hospital São Francisco

Coração, pulmão, fígado, pâncreas, rins e córneas de Emerson Ternoski, de Renascença, foram coletados.

Mais uma vítima de morte cerebral se tornou doador através da decisão da família e do trabalho da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Hospital São Francisco, de Francisco Beltrão. Coração, pulmão, fígado, pâncreas, rins e córneas de Emerson Ternoski, 25 anos, morador do interior de Renascença, foram coletados nesta terça­feira, 14.
Segundo Ana Carolina Bonatto, coordenadora da Cihdott, os órgãos, “a princípio, foram transportados para São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Cascavel. Emerson foi vítima de disparo de arma de fogo e teve morte cerebral constatada na tarde de segunda-feira, 13, após exame de arteriografia realizado na Policlínica de Pato Branco. 
Em 2016 foram seis notificações de morte encefálica. Duas doações foram efetivadas e quatro óbitos ocorreram durante o protocolo. “Para equipe hospital São Francisco, com certeza, é muito importante saber que a família decidiu pela doação, podendo estar ajudando muitas pessoas de alguma forma. Salvar vidas amima toda equipe, mas é importante lembrar que só conseguimos mediante a família que se sensibilizou neste momento de dor e pensou em ajudar o próximo”, frisa Ana Carolina.
Para a família de Emerson, autorizar a doação foi como seguir a própria vontade da vítima. “Se ele tivesse vivo, seria a vontade dele [doar os órgãos]. Ele era muito alegre, só conhecendo pra saber. Acho que ele está muito feliz na no céu”, declarou Marinês da Silva, esposa de Emerson, em entrevista à Rádio Onda Sul.
A agilidade entre o fechamento do protocolo, a coleta, o transporte e o transplante é crucial para o aproveitamento de órgãos e tecidos. Após a retirada os órgãos suportam muito pouco tempo sem circulação sanguínea: o máximo. O coração, por exemplo, deve ser reaproveitado em até quatro horas; pulmões, de quatro a seis horas; fígado, até 12 horas; pâncreas, até 20 horas; intestino, de seis a oito horas; rins, entre 24 e 36 horas; vasos, até 10 dias.
No Paraná, de acordo com dados da Central Estadual de Transplantes (CET), até abril deste ano foram 283 notificações de morte cerebral, 42 a mais que em 2015 (241), dos quais 100 resultaram em doações e 183 em não-doação, a maior parte em função de recusa familiar (67 casos). Nesse mesmo período, o Estado realizou 196 transplantes: sete de coração, 52 de fígado, 125 de rins e 12 de pâncreas.

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