Médica nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) explica sobre a importância de fazer o melhor preparo antes da cirurgia e dá dicas de como se programar para o pós-operatório.

A cirurgia bariátrica está se tornando um procedimento cada vez mais comum e frequente entre os brasileiros. O volume deste procedimento cirúrgico vem crescendo porque o número de obesos diabéticos e hipertensos tem aumentado no Brasil, assim como em países em desenvolvimento.
A dra. Sandra Fernandes, médica nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), recomenda a cirurgia bariátrica em pacientes que apresentarem um índice de massa corporal (IMC) – calculado pela divisão da massa (em Kg) do indivíduo pelo quadrado de sua altura – superior a 40 ou quando houver alguma falência no tratamento clínico. Outro caso de recomendação é quando o IMC é superior a 35 e esse número está associado a comorbidades como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, apneia obstrutiva do sono, artropatia severa, entre outros.
Recentemente houve uma mudança em relação ao tratamento cirúrgico de obesos graves. Doenças como asma não controlada, esteatose hepática, disfunção erétil e depressão também foram incluídas na lista das que justificam uma pessoa com IMC superior a 35 passar por um processo cirúrgico de redução do estômago.
Porém, a dra. Sandra indica que, antes de ser operado, o paciente passe por avaliação de toda equipe médica composta por nutrólogo, cirurgiões, nutricionista, psicólogo, endócrino, cardiologista e pneumologista. Os exames de rotina e laboratoriais (com imagens) também são fundamentais para o processo. Outro ponto é a participação das reuniões em grupos, pois elas geralmente podem esclarecer as principais dúvidas do paciente.
Pós-operatório
Para o pós-cirúrgico, as indicações da médica nutróloga da Abran são: dieta líquida nos primeiros 15 dias, seguida por uma dieta pastosa. Após o primeiro mês, inicia-se lentamente a ingestão de alimentos sólidos. O alerta fica por conta da não ingestão de açúcares ou doces nos primeiros meses com o intuito de evitar a síndrome de dumping.
Com relação à questão envolvendo a chance de o paciente ganhar peso e voltar a ser obeso, a dra. Sandra afirma que isso pode ocorrer em caso de pacientes que não seguem uma dieta equilibrada ou a prática de exercícios regulares. Vale reforçar que há alternativas antes do processo cirúrgico como dietas, medicamentos e atividades físicas. Outra opção é o balão intragástrico, opção que pode ser feita antes de indicar cirurgia.