Redução de investimentos governamentais prejudica projetos. Professores esperam que a rádio não precise fechar.

Na metade de 2014, a Rádio Escolar do Colégio Estadual Arnaldo Busato, em Verê, transmitiu seu primeiro programa. De lá para cá, a rádio, que nasceu com investimentos do Projeto Mais Educação, do Governo Federal, tornou-se parte importante do dia a dia da instituição de ensino.
Com músicas e informações, a rádio conquistou seu lugar no colégio, principalmente para os alunos que participam do projeto – segundo o professor de Educação Física, Marcelo Stein, são quatro turmas de cerca de 16 alunos que se revezam na direção do programa.
Lucas Schneider dos Santos, aluno do 6º ano, é um deles. Ele participa da rádio desde o começo de 2016. “Eu achei a ideia da rádio bem interessante e agora que eu participo dela acho bem legal”, conta o estudante, cuja função no programa é cuidar da parte técnica no computador e fazer a locução quando é necessário. “Às vezes faço até a abertura do programa.”
Para ele, a rádio é importante por levar informações para toda a escola e também para desenvolver o conhecimento dos alunos que participam dos programas – desde a parte de trabalhar no computador até a criação de laços e aprendizagem para trabalhar em conjunto.
No entanto, os professores temem um corte de investimentos que possa fechar o veículo de comunicação e outros projetos que dependem de financiamento governamental. Segundo Marcelo, desde o ano passado o Governo Federal tem cortado os repasses para o Mais Educação e atualmente a rádio depende quase exclusivamente do Governo do Estado. “O País tem passado por uma transição política muito tensa e os investimentos acabaram caindo. E agora o Estado também parece que vai cortar verbas a partir do ano que vem e, se cortar, fica complicado de a gente se manter”, lamenta o professor.
Ainda assim, Marcelo está otimista: “O pessoal do Núcleo Regional de Educação acompanha o nosso trabalho e sabe que a gente se empenha, que tem uma atuação de verdade. Não acredito que vão tirar os investimentos da nossa rádio, mas outros projetos podem acabar fechando”.
Rádio promove rifa para compra de equipamentos
Apesar de contar com investimentos governamentais para sua manutenção, o valor não é suficiente para todas as necessidades da rádio e neste mês o colégio lançou uma promoção para arrecadar fundos e adquirir equipamentos.
Tudo começou com o professor Marcelo. “Ganhei de um amigo uma bola de basquete oficial, assinada pelo Oscar Schmidt, e aí eu tive uma ideia. Como fui o precursor da rádio, sei do sonho que a gente tem, desde o início, de ter um computador específico para o uso da rádio, que o que a gente usa agora é do colégio. Então, para conseguir comprar esse computador, me reuni com a direção e resolvemos fazer uma rifa”, relata o professor.
Um dos prêmios já estava pronto – a bola autografada – e para conseguir os demais, o colégio comprou uma camisa da seleção brasileira de futebol e o professor de educação física entrou em contato com o time de futsal de Francisco Beltrão, o Cresol Marreco, que estava recebendo o selecionado nacional durante agosto e setembro, para conseguir autógrafos dos craques do time.
A camisa voltou autografada, mas, mais do que isso, a Cresol Baser, cooperativa que patrocina o time beltronense, doou mais uma camisa autografada para ser sorteada na rifa. Assim, a promoção conseguiu seus três prêmios e já está à venda no colégio, com alunos e professores, tendo o objetivo de arrecadar fundos para a compra do computador e de dois microfones novos.