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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

ABTO usa esperas telefônicas de empresas nacionais em campanha para doação de órgãos

Projeto busca conscientizar sobre o impacto do tempo nos pacientes que aguardam a sua vez na fila do transplante.

 

Transplante de coração realizado na Policlínica Pato Branco, referência nacional na área.
Só lá, desde 2005, cerca de 20 transplantes de coração já foram realizados. 

 

Os 33 mil brasileiros que esperam por um órgão sabem o quanto é difícil encontrar o doador ideal. Embora o País tenha o maior sistema público de transplantes do mundo, com mais de 20 mil cirurgias realizadas anualmente, o Brasil ainda está abaixo da meta de 16 doadores por milhão, segundo levantamento do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.
Para ressaltar a importância da doação de órgãos, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em parceria com o Grupo RÁI – um dos maiores grupos independentes de comunicação do Brasil -, lança ‘Vozes da Espera’. A campanha destaca um viés pouco abordado sobre a doação de órgãos ao ressaltar a angústia que é aguardar o novo órgão para o transplante. Como exemplo da dimensão desse tempo, as mensagens de espera telefônica de grandes empresas do País foram substituídas por histórias contadas por pacientes, na voz deles mesmos, tranquilizando o ouvinte. Afinal, enquanto do outro lado da linha a espera será breve, a destas pessoas já dura anos e sem previsão para um fim.
De acordo com o presidente da ABTO, Dr. Roberto Manfro, o assunto ainda é um tabu no Brasil. “Neste ano, mais de 40% das famílias não consentiram com a doação dos órgãos de seus familiares com morte encefálica. Isso significa que mais de 3 mil transplantes não foram feitos no País”, explica.
Os números, de fato, são alarmantes e revelam também o desconhecimento dessa realidade. “Nós temos dezenas de milhares de pessoas esperando por um órgão a ser transplantado. A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos tem como objetivo principal educar a população e instrumentalizar a sociedade no sentido de o quão importante é a doação e o quão importante são os transplantes”, complementa o executivo da ABTO.
A campanha também visa desmistificar a doação de órgãos. A falta de informação, a recusa familiar ou questões religiosas estão entre os fatores responsáveis pela demora do transplante. “Muito se fala sobre a doação em si. Mostrar que o tempo é precioso para quem aguarda um novo órgão vai chamar a atenção para este ponto pouco explorado: essa longa espera”, garante o diretor de Criação da RÁI, Marcelo Moura.
Com criação de Ben Araújo e Vinicius Bertollini, da RÁI, a ação disponibiliza em seu hotsite www.vozesdaespera.com.br os vídeos completos das histórias dos pacientes, onde é possível assisti-los e compartilha-los, bem como esclarecer dúvidas frequentes sobre a doação de órgãos, declarar-se um doador e até disseminar a própria atitude. Além disso, o site permite que empresas que tenham o interesse em implementar as vozes dos pacientes em seus sistemas de atendimento façam o download ali mesmo.

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