Desde terça-feira, um grupo de manifestantes ocupa a entrada do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, impedindo o trabalho no local. O grupo é composto por moradores dos arredores, que vivem na área que será inundada para formação do reservatório da usina.
A ocupação começou como uma resposta à última oferta de indenização pelas terras feita pelo Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu (Cebi), responsável pela obra. Os atingidos afirmam que a oferta não é favorável, não vai atender a todos os que perderão terras e é um retrocesso das negociações, que se arrastam há três anos.
Dessa forma, os manifestantes dizem que a ocupação é uma luta pelos seus direitos, pois temem perder suas terras e não receber um valor justo por elas – dizem ainda que querem um reassentamento, para que possam continuar vivendo do campo em comunidade. O Ministério Público do Paraná já esclareceu que apoia a reivindicação de um reassentamento por parte dos agricultores.
O Cebi, por sua vez, mantém a oferta de indenização anterior e diz estar à disposição das famílias que estiverem interessadas a dar seguimento às negociações através dessa. Além disso, o Consórcio diz que teme pela integridade da obra e dos colaboradores. Desde terça-feira, a empresa já publicou três notas. A mais recente, da tarde de ontem, pode ser lida abaixo.
NOTA OFICIAL USINA BAIXO IGUAÇU
Usina comunica que, mantido o bloqueio, iniciará desmobilização do canteiro de obras
Cumprindo o disposto em seu Programa de Apoio aos Municípios, no qual se compromete a manter canais de diálogo e comunicação com as autoridades locais, a Usina Baixo Iguaçu comunicou hoje aos prefeitos dos municípios de Capanema, Lindamir Denardin, e de Capitão Leônidas Marques, Ivar Barea, que, mantida a situação de bloqueio dos portões e consequente paralisação das atividades, a partir desta sexta-feira (21) iniciará o processo de desmobilização do seu canteiro de obras, onde 2.850 colaboradores permanecem impedidos de trabalhar.
A paralisação do canteiro de obras da Baixo Iguaçu completou 48 horas na tarde desta quinta-feira (20) e já resulta em grande prejuízo para a Usina, que iniciará a desmobilização de maquinários e força de trabalho para fazer frente ao contingenciamento imposto pelo bloqueio dos seus portões.
A Usina ratifica sua confiança na retomada dos trabalhos no período mais breve possível e informa já estar negociando individualmente com muitas famílias o processo de indenização de suas terras, conforme termos da proposta apresentada no último dia 11 de outubro.