Pelos cálculos do MTE, a massa salarial de Francisco Beltrão (soma dos salários de todos os trabalhadores da iniciativa privada) no mês de agosto deste ano foi de R$47.126.678,23.
A evolução do salário nominal médio de admissão em Francisco Beltrão, nos últimos 13 meses, (sem considerar a inflação) foi de 1,8%. De agosto de 2015 a agosto de 2016, o rendimento médio do trabalhador beltronense subiu de R$ 1.195,83 para R$ 1.217,14. Entretanto, se descontar a inflação do período medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o trabalhador viu sua renda encolher 6,6%. O salário nominal médio de admissão do Brasil em agosto foi de R$ 1.374,26 e o do Paraná R$ 1.376,32.
É um indicativo de que a população vem perdendo poder de compra gradativamente. O trabalhador sentiu mais impacto no bolso no mês de março, quando o salário médio teve uma variação negativa de R$ 95,79 (-7,58%); em agosto nova queda, desta vez de 6,21%. As informações são do Ministério do Trabalho e Emprego, que acompanha o comportamento da renda do trabalhador em todo País.
Pelos cálculos do MTE, a massa salarial de Francisco Beltrão (soma dos salários de todos os trabalhadores da iniciativa privada) no mês de agosto deste ano foi de R$47.126.678,23. Se considerar 2013, a massa salarial do município era de R$ 40,3 milhões, subindo para R$ 47,4 milhões em 2014, depois oscilando negativamente para R$ 46,7 milhões em 2015.
Em Pato Branco, a perdas dos trabalhadores foram menores. O salário nominal médio de agosto foi de R$ 1.256,48 com um aumento de 7,8%, na mesma análise em 13 meses. Ao descontar a inflação, a queda real foi de 1% no salário. A massa salarial de Pato Branco no mesmo período é de R$ 55.789.229,41. O número de trabalhadores com carteira assinada no município é de 27.319.
Robson Faria, especialista em Finanças e colunista do JdeB, observa que o ciclo de discrepância entre alta de preços e renda está terminando. “Temos preços mais estáveis e a primeira reação disso foi a queda na Selic (Banco Central cortou a taxa básica de juros da economia de 14,25% para 14% ao ano). Apesar de esperarmos uma queda mais expressiva, o governo foi cauteloso, mostrando que está realmente preocupado.”
Na opinião dele, na medida que a economia estabilizar, a renda do brasileiro começa a ser recomposta. “Ainda pagamos o preço da falta de controle de gastos do governo, corrupção e má gestão das estatais, ainda faltam algumas surpresas que a falta de responsabilidade do governo passado causou, mas o foco deve ser no controle dos gastos e arrumar a casa, é isso que o atual governo tem feito, ao menos na economia.”
Maiores salários
O maior salário médio de admissão no município é de gerente de contas (pessoa física e jurídica) com R$ 3.825,00, seguido por professores de cursos livres R$ 3.619,00; gerente financeiro R$ 3.520,00; analista de produtos bancários R$ 3.373,00; motorista operacional de guincho R$ 3.082,00; professor de ensino superior R$ 2.756,67; farmacêutico R$ 2.630,40, etc.
As negociações salariais deste ano variaram muito de categoria pra categoria no município e região. O Sindicado dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação (Siemaco), por exemplo, teve sua data-base em fevereiro e conseguiu um reajuste de 12,65%. A presidente, Jussara Brito, disse que a negociação foi tranquila, porém já está prevendo dificuldades para o próximo ano.
“Muitas empresas reduziram seus empregados ou a carga horária em virtude da crise.” De acordo com ela, a categoria está entre os salários mais altos em relação aos outros Estados. O vale alimentação teve aumento de 17,85% esse ano. O sindicato representa 4 mil trabalhadores na região. O piso da categoria é de R$ 1.070,00 com vale alimentação de R$ 300,00.
Nem a inflação
Por outro lado, há categorias que sequer tiveram reajuste em 2016. O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil está desde junho negociando um reajuste de 9,82%, praticamente a inflação do período, mas não consegue se acertar com os patrões. Nesta semana ocorreu mais uma rodada de negociações em Curitiba e a proposta patronal foi de repassar o reajuste em duas parcelas, uma neste mês, e outra em janeiro do ano que vem. Os líderes sindicais recusaram.
O secretário de Finanças da entidade, Ademir Zanette, afirma que a crise afetou muito o setor. “As demissões só começaram a diminuir no mês passado e não há perspectiva de acordo com o patronal até o momento.” O sindicato fez 57 rescisões em fevereiro, 81 em março, 68 em abril, 65 em maio, 46 em junho, 63 em julho, 48 em agosto e 33 em setembro.
No Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Madeira para as categorias mais baixas, como auxiliar de produção, que tem salário inicial de R$ 1.236,00, o reajuste foi de 11,15%; operador de máquina R$ 1.320,00 com reajuste de 10,92% e os demais cargos com 10%, considerando que o índice inflacionário foi de 9,83%.
“Para esses trabalhadores, o ganho real foi pequeno, mas pelo menos existiu. Estamos vivendo um momento de grande dificuldade das indústrias”, comenta o presidente João Carlos da Silva Machado. Segundo ele, as demissões estão altas no setor. As indústrias de móveis estão entre as mais afetadas pela crise econômica do Brasil. “Temos uma empresa na região que já demitiu 100 funcionários e outra que fechou mais 60 vagas. Tá complicado.”
Estoque de empregos
Francisco Beltrão fechou o mês de agosto com um estoque de 27.007 trabalhadores com carteira assinada. Um aumento de 0,58% se comparar com o mês anterior (26.850). Se voltar mais no tempo, em 2013, o estoque de empregos no município era de 25.755, ou seja, crescimento de 4,87% em número total de trabalhadores formais.