Depois de passar por sério problema cardíaco, apresentador alerta necessidade de cuidados preventivos.

Foto: Andre Lessei
O jornalista Romeu Júnior, apresentador do programa Tribuna da Massa Manhã, da Rede Massa/ TV Guará, voltou ao trabalho ontem, 21, depois de dois meses de afastamento para tratamento de saúde. O seu retorno foi comemorado pela equipe da TV Guará em Francisco Beltrão.
Ele se preparava para uma cirurgia para corrigir um problema de Prolapso da Válvula Mitral (PVM) – uma alteração degenerativa na válvula do coração que gera o “sopro”- um tratamento que estava programado, quando foi acometido por uma endocardite (infecção que atinge as válvulas do coração). A cirurgia que, por si só, já seria delicada (embora segura) e demandaria pelo menos 30 dias de recuperação, teve que ser antecipada.
De acordo com ele, o PVM foi diagnosticado ainda na adolescência e os exames de rotina sempre mostravam um quadro de estabilidade, sem qualquer alteração. Na prática, o que acontece é que uma das válvulas tem um pequeno refluxo, porque não fecha apropriadamente, jogando mais sangue para o lado esquerdo do coração. Contudo, no ecocardiograma realizado neste ano, o exame apontou um nível mais severo do PVM. “É uma doença que se não fosse tratada a tempo poderia se agravar e provocar uma insuficiência cardíaca no futuro.”
Na maioria dos casos é inofensivo, e os pacientes geralmente não sabem que têm o problema. Em torno de 10% da população têm alguma forma menor, insignificante de prolapso da válvula mitral, mas isso normalmente não afeta seu estilo de vida.
Romeu agendou sua cirurgia no Instituto de Neurologia e Cardiologia (INC), de Curitiba, com o médico Francisco Diniz Affonso da Costa, que é uma referência nacional no tratamento de válvulas no coração. Em julho a cirurgia foi marcada para o dia 18 de outubro, porém, neste período surgiu a endocardite.
Segundo disse, a endocardite é uma doença que atinge normalmente quem tem problemas nas válvulas do coração. Normalmente a doença acontece quando uma bactéria ou germe de outra parte do corpo, como os da boca, se espalham pelo sistema sanguíneo se ligando a áreas afetadas do coração. Mas no caso dele, a suspeita dos médicos é de que a bactéria tenha entrado no corpo por um ferimento no pé. A endocardite, se não tratada a tempo, pode ser fatal.
Até 1945, por exemplo, 100% dos pacientes que tinham endocardite morriam. Ainda hoje, o índice de mortalidade varia entre 20% e 30%. “Os sintomas são parecidos com o de uma virose, de um resfriado ou da dengue. São dores no corpo, febre alta, manchas nas mãos, entre outros. A minha sorte foi que o meu médico diagnosticou rapidademente, porque já sabia da minha condição clínica, e entrou com o antibiótico certo a tempo. Por isso a importância das pessoas fazerem seus exames de rotina, fazerem seu check up médico. O prolapso estava estourado, com um nível muito alto, e eu não tinha sintoma nenhum”, contou. O tratamento da Endocardite inclui antibióticos injetáveis por seis semanas de 4 em 4 horas.
No dia 21 de setembro ele internou em Curitiba e antecipou a cirurgia para corrigir o PVM para o dia 26. Foram 11 dias de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e mais 10 dias de leito hospitalar. Na cirurgia foi possível corrigir a válvula defeituosa e não foi necessário um transplante de válvula. “O prolapso pode estacionar, pode voltar pior ou não voltar. Por enquanto todos os exames estão normais.”
Romeu está à frente do programa Tribuna da Massa Manhã há três anos e meio. As edições são diárias, das 7h às 8 horas, no canal 2.1 digital em Francisco Beltrão. Se não tiver conversor digital no aparelho de televisão, o canal é 2. Em sua ausência, ele foi substituído pelo jornalista Evandro Artuzi. Ele agradeceu toda a equipe que conduziu o programa enquanto esteve ausente.