A Operação Verão deste ano terá uma novidade: um serviço de alerta de tempestades para banhistas, desenvolvido pelo Simepar e Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. O aplicativo mobile do Corpo de Bombeiros do Paraná transmitirá informações sobre a condição do mar, balneabilidade da água, telefones de emergência e avisos meteorológicos. Segundo o Capitão Romero Nunes da Silva Filho, da Defesa Civil, no Litoral os salva-vidas estarão munidos de smartphones conectados ao aplicativo e adotarão medidas preventivas sempre que receberem os alertas.
“Na iminência de uma tempestade com raios ou ressaca, os banhistas serão instados a se retirarem das áreas abertas e dos locais com estruturas pontiagudas – como um guarda-sol – e orientados a buscarem proteção no interior de imóveis e veículos”, explica o bombeiro. Os banhistas também poderão acessar o aplicativo, que já está disponível para o sistema Android e em fase de finalização para iOS.
Para emitir os alertas, os meteorologistas do Simepar farão uso do Sipper (Sistema de Previsão Probabilística de Eventos de Raios), capaz de prever com uma hora de antecedência o comportamento de uma tempestade de raios rastreando-a por até três horas. Também serão utilizadas estações meteorológicas de superfície, radares e satélites. Para tanto, o Litoral estará dividido em três áreas de monitoramento: sul, norte e Ponta da Pita.
“Essas modernas tecnologias estarão à disposição da Defesa Civil e da comunidade para poupar vidas”, afirma o diretor presidente do Simepar, Eduardo Alvim Leite, que chama atenção para as estatísticas de mortes causadas por raios no Brasil e no Paraná.
Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) indicam que 1.790 pessoas morreram vítimas de raios no Brasil nos últimos 15 anos – uma média de 120 mortes anuais. No Paraná, ocorreram 90 mortes no mesmo período – uma média de seis por ano.
O Paraná registra média anual de incidência de cinco descargas nuvem-solo por quilômetro quadrado, o que corresponde a cerca de um raio por quilômetro quadrado por mês durante o verão. Segundo Alvim Leite, em média 43% das descargas ocorrem no verão e a metade delas em locais a descoberto, o que torna a praia local de alta periculosidade sob tempestade com raios, considerando a grande afluência de pessoas ao Litoral com atividades ao ar livre nesta estação.