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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Colheita da soja segue com alta produtividade, mas preços da saca continuam baixos

Agricultores estocam seus grãos para esperar aumento dos preços.

 

Lavoura de soja bem desenvolvida, ainda em fase de maturação, nas proximidades do perímetro urbano de Beltrão. Cerca de 40% das lavouras já foram colhidas. 
Foto: Flávio Pedron/Jornal de Beltrão

 

 A colheita da safra continua a todo vapor, com produtividade alta. Seria o suficiente para marcar positivamente este início de 2017, como o começo de um bom ano para a agricultura e, consequentemente, para toda a economia da região. Se as condições do tempo continuarem favoráveis, a colheita poderá ser recorde na microrregião de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos.
No entanto, a notável queda do dólar recentemente causou uma baixa preocupante nos preços -que continuam reduzindo. Na manhã de quinta-feira, 23, registrava-se que o valor da saca de soja estava em R$ 62,80, mas à tarde ele já caiu para 62,10. O milho, por sua vez, registrou ontem o valor de R$ 25,80.
“Acho que está tudo quieto ainda, não tem tanta reclamação dos agricultores, só porque a colheita está boa, mas se tivesse um problema de produtividade, pagando um valor desses, os agricultores iam estar todos reclamando”, considera o produtor Osvaldo Junges, que mora na parte marmeleirense da Linha Rio Quibebe – a comunidade faz divisão com Francisco Beltrão.
Seu Osvaldo, junto com um filho e um neto, produz milho apenas para o consumo do seu gado de leite, mas tem soja para comercialização. Suas lavouras totalizam cerca de 80 alqueires e estão produzindo bem – “As que menos produzem estão ficando entre 130, 140 sacas por alqueire, mas a maioria está dando 160 ou mais”.
Por ora, o produtor ainda não está comercializando sua colheita – como a maioria dos agricultores da região, está esperando para ver se o preço melhora. “Mas esse ano acho que não vai melhorar muito não, se o dólar continuar assim”, avalia. 

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Panorama regional
Na região de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos foram planados 270 mil hectares de soja. A produtividade obtida pelos produtores está muito boa, não apenas em Marmeleiro. Tem agricultores colhendo na faixa de 150 a 180 sacas por alqueire. Há outros obtendo de 135 a 140 sacas por alqueire. Mas na média a produtividade está em 150 sacas por alqueire, o que também é um índice muito bom.
Para o técnico Antoninho Fontanella, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Deral-Seab) de Beltrão-Dois Vizinhos, se as condições do tempo não tiveram “atrapalho, será uma das melhores safras”. Ele fala em produção recorde. No ano passado foram colhidas 880 mil toneladas. Nesta safra há perspectiva de crescimento de 10%, ou seja, um milhão de toneladas.
Fontanella destaca que o produtor que investe no cultivo da soja utiliza boa tecnologia. “A soja atingiu uma tecnologia média”, observa, ao falar da atividade na região.

 

Empresários de Marmeleiro avaliam a colheita

João Bandeira, proprietário da empresa Bandeira Insumos, considera que cerca de 40% da produção de soja já foi colhida em Marmeleiro. Segundo sua avaliação, a colheita está registrando produtividade média de 160 sacas por alqueire. “É uma produtividade boa, porque o clima ajudou bastante e, na questão da soja, teve o produção técnica e com variedades mais resistentes, que também beneficiou.”
No entanto, ele concorda que o preço está muito baixo. “Acho que o milho dificilmente vai melhorar, tanto que eu estou começando a colher o meu e já estou vendendo, mas a soja depende muito do mercado externo, do dólar, então talvez valha a pena esperar um pouco mais antes de vender. Mas é algo difícil de prever”, analisa.

João Bandeira acredita que o preço do milho dificilmente vai melhorar.

 

Gilberto Gehlen, proprietário da cerealista Agriter, confirma uma produtividade acima dos 150 sacas por alqueire, com média de 160 e algumas lavouras alcançando as 170 sacas. Das lavouras que ele acompanha, já foi colhido de 30% a 35%.
Ele não se posiciona em relação ao preço do milho – “não comercializamos aqui” -, mas quanto à soja, ele prevê que os agricultores vão esperar um pouco mais para comercializar a produção. “Acredito que quem não tem dívidas pra pagar, deve segurar mais um pouco antes de vender, porque além do dólar em baixa, o frete para transportar está em alta agora, e isso reduz o preço que dá pra pagar pela saca de soja. Daqui uns dias o frete deve baixar e o valor da saca provavelmente sobe um pouco”, comenta.
Mas ele ainda pondera que se o agricultor tiver dívidas urgentes, o melhor é vender a soja, para evitar um gasto maior em juros de suas contas. “Não vale a pena ficar pagando juros pra esperar uma melhora no preço da soja, porque não é certeza de que vai aumentar mesmo”, considera.

Gilberto Gehlen diz que preço da soja pode ter melhora nos próximos dias.

 

 

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