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Francisco Beltrão
sexta-feira, 20 de junho de 2025

Edição 8.229

20/06/2025

Festa das Sementes movimenta centro do Verê

Num dia de frio, mas com sol, cidade recebeu gente de toda a região para evento tradicional da agroecologia.

 

O palestrante Laércio Meirelles e os coordenadores do evento, Cristina Katcer e Jhony Alex Luchmann.
Foto: Ivo Pegoraro/ JdeB

 

Logo cedo, ruas centrais tiveram o trânsito controlado para receber os ônibus e carros das caravanas de 29 municípios do Sudoeste do Paraná que enviaram representantes para participar da 14ª Festa Regional das Sementes, que atraiu gente também de municípios de outras regiões, como Guarapuava, São João do Triunfo, Palmeira, Fernandes Pinheiro e Marechal Cândido Rondon. O público lotou o centro social da Paróquia São Joaquim.
A partilha das sementes e a comemoração dos 20 anos do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa) de Verê ocorreram à tarde. De manhã teve desfile de alunos de escolas do município, portando quadros produzidos com sementes, e uma palestra, do Laércio Mirelles, do Centro Ecológico RS-Brasil.
Como representante da administração municipal, que patrocinou o almoço, falou o vice-prefeito Luiz Miola (PDT), porque o prefeito Ademilso Rosin (PR) estava viajando. Na coordenação da festa, estiveram Jhony Alex Luchmann, do Capa de Verê, e Cristina Katcer, da Assesoar de Francisco Beltrão. Entre autoridades que prestigiaram o evento com suas presenças, foram citadas o bispo dom Edgar Ertl, os ex-deputados Ovídio Constantino e Luciana Rafagnin, o delegado da FAO, engenheiro agrônomo Valter Bianchini, o prefeito de Planalto Inácio Werle e o ex-prefeito de Verê Loivo Ritter. 
A 14ª Festa Regional das Sementes foi uma realização do Fórum Regional das Organizações e Movimentos do Campo e da Cidade.

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A agroecologia quer seu espaço
Em sua palestra ilustrada com slides, Laércio Meirelles falou do monopólio de meia dúzia de grandes empresas que dominam, no mundo, a produção e comércio de sementes, agrotóxicos e transgênicos. Enfatizou que o direito das sementes é dos povos, mas esse direito está sendo colocado em risco. E destacou que eventos como este, do Verê, “reforçam nossa capacidade de resistência a essa opressão que vem sobre nós”. O objetivo do movimento é a produção de alimentos limpos de agrotóxicos e do controle das grandes empresas que encarecem as sementes.
Mesmo sendo uma disputa de aparente desigualdade, Laércio alertou que a esperança não pode morrer. Citou um autor que ensina: “Todo pessimista é um chato, todo otimista é um tolo, eu sou um realista esperançoso”. E emendou: “Não temos tempo para ser pessimistas, porque temos muita coisa por fazer, estamos cheios de esperança e não nos sentimos derrotados”.
Ao ser aberto espaço para perguntas, um pequeno agricultor de Vitorino perguntou se a agroecologia conseguiria alimentar toda a humanidade. Laércio começou dizendo que nem a agricultura tradicional consegue alimentar toda a humanidade, há sempre cerca de um bilhão de pessoas passando fome, porque o problema maior não é a falta de alimentos e sim a má distribuição. E concluiu dizendo que gostaria que a agroecologia tivesse uma chance para alimentar a humanidade.

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