80% da área prevista já foi plantada. O atraso pode afetar safrinha.

Na semana passada, o JdeB publicou uma reportagem sobre o atraso do plantio da safra, devido ao grande período de estiagem entre os meses de agosto e setembro, que assolou toda a região. Desta vez as chuvas impedem a conclusão do plantio de soja. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), núcleos de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, o plantio da soja atingiu 80% da área prevista de 285 mil hectares. As culturas de feijão e milho da primeira safra estão totalmente plantadas.
Para o chefe regional do Seab, Neri Munaro, as chuvas podem trazer alguns problemas para os agricultores, principalmente quando houver melhoria no tempo. “Quando as condições climáticas forem favoráveis haverá o plantio concentrado, podendo haver falta de máquinas para isso. Além disso, há concentração no transporte e podem surgir problemas na armazenagem”, disse Munaro.
O engenheiro agrônomo Ricardo Kaspreski, do Deral-Seab, disse que a demora do plantio da safra de soja irá desencadear no atraso da semeadura das culturas de segunda safra – a safrinha. “Até o momento não há previsão de perdas pelas chuvas, exceto as perdas de solo causadas pela erosão e o consequente atraso de plantio”, acrescentou.
Dados de todo o Estado mostram que das áreas plantadas da primeira safra, a soja atingiu 66% do total, milho 95%, feijão 87% e batata 95%.
Os números da safra
Região de Beltrão-Dois Vizinhos
Feijão: área de plantio de 3.680 hectares
Milho: área de plantio de 25.150 hectares
Soja: área de plantio de 285.250 hectares
Região de Pato Branco
Feijão: área de plantio de 10 mil hectares
Milho: área de plantio de 18.500 hectares
Soja: 320 mil hectares plantados
Fonte: Seab-Deral
95% das lavouras de trigo já foram colhidas
Na região de Beltrão-Dois Vizinhos restam apenas 5% de área de cultivo de trigo para ser colhida. Ainda há lavouras para colher principalmente em Francisco Beltrão, Marmeleiro, Renascença e Flor da Serra do Sul. Os demais municípios da região já concluíram a colheita. No Estado, 83% da área estimada já foi colhida.
Nesta safra foram plantados 112.050 hectares no Sudoeste do Estado. A produção esperada, inicialmente, era de 201 mil toneladas – 123 mil toneladas nas regiões de Beltrão-Dois Vizinhos e 78 mil na de Pato Branco. Na microrregião de Beltrão as primeiras lavouras os grãos eram de boa qualidade, mas as lavouras tiveram baixo rendimento. As últimas áreas podem ter problemas com o excesso de umidade nas plantas.
“Com a continuidade das chuvas, são grandes as chances de problemas nas áreas a serem colhidas”, antecipa Ricardo Kaspreski, do Deral-Seab. As previsões do tempo não são favoráveis para o final da safra de trigo. O Instituto Meteorológico do Paraná (Simepar) prevê chuva até terça-feira, 31. Já o ClimaTempo aponta a volta do sol apenas para quarta-feira, 1º de novembro.
Neste ano, as condições climáticas não foram muito favoráveis porque houve estiagem no inverno e excesso de chuvas no final.
Região de Pato Branco também sofre com excesso de chuvas
O relatório divulgado pelos técnicos da Seab, regional de Pato Branco, indica uma lentidão no plantio da primeira safra. O tempo aberto e a predominância de sol no início desta semana proporcionaram boas condições de semeadura aos agricultores. Em Palmas e Clevelândia foram registrados pontos de geada fraca devido às baixas temperaturas, mas sem causar maiores danos.
Em Pato Branco e região, o plantio de milho foi praticamente concluído e as áreas semeadas passam agora pela limpa e aplicação de adubo nitrogenado de cobertura. O feijão também está em etapa final de semeadura. Já o plantio da soja está prejudicado pelo excesso de umidade e falta de calor e luminosidade. Apesar das chuvas intensas desta semana, já foi plantada mais da metade da área estimada.
Perdas com o inverno
As colheitas de trigo e cevada foram castigadas pelo inverno deste ano. O excesso de umidade pode prejudicar a qualidade dos produtos que ainda restam ser colhidos. Segundos os servidores da Seab Ivano Carniel e Josemar Banachi, a produtividade ficou abaixo do esperado, com uma média de 90 sacas de trigo por alqueire e 100 sacas de trigo por alqueire.